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Após críticas de Lula, PMDB diz que não votará ajuste fiscal

As críticas do ex-presidente ao projeto da terceirização aprovado pela Câmara irritaram o partido


	Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani: "vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada dos direitos do trabalhadores", ironizou
 (Divulgação/Câmara dos Deputados)

Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani: "vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada dos direitos do trabalhadores", ironizou (Divulgação/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2015 às 06h44.

Brasília - As críticas do ex-presidente Lula ao projeto da terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, feitas por ele no programa de televisão do PT, irritaram o PMDB.

O líder peemedebista na Casa, deputado Leonardo Picciani, disse que a legenda decidiu retirar o apoio integral à Medida Provisória 665, que altera as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial.

"Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada dos direitos do trabalhadores. Diferente do que se apregoa, o projeto 4.330 das terceirizações não retira direitos do trabalhadores. Já Medida Provisória 665, não vou dizer que acaba com o direito do trabalhador, mas ela flexibiliza os ganhos dos trabalhadores", afirmou Picciani.

O peemedebista chamou o ajuste fiscal de "sacrifício" que o partido apoiaria para ajudar o governo. Ao longo do dia, a costura do apoio do PMDB exigiu que o bancada do PT superasse divergências para votar favorável à MP 665.

Contudo, o PMDB já estava irritado com o fato de o PT não ter fechado questão para votar em bloco, o que significa que quem votasse contra não seria punido.

"Nós precisamos entender o que quer o governo e o quer o partido da presidente da República. Se quer na tela da televisão aparecer de uma forma e aqui, nas palavras do ministro Levy e da própria presidente, nos solicitar outra (postura). Ou se de fato o País atravessa um momento difícil e, para superá-lo e voltar a se desenvolver, é preciso um remédio amargo", disse.

Picciani cobrou do PT um alinhamento com o Palácio do Planalto na defesa do ajuste. "Não votaremos a MP 665 amanhã, não mais, até que o Partido dos Trabalhadores nos explique o quer e, se for o caso, que feche questão para votação das matérias do ajuste fiscal", disse.

"Se não for assim, não conte conosco. Se há duvidas e se o País não precisa desse remédio amargo, nós não vamos empurrar essa conta para o trabalhador. Vamos defender e garantir as conquistas dos trabalhadores", disse.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), pediu calma para superar as divergências. Ele tentou minimizar a fala de Lula a dizer que não se pode impedir que o PT fale ou deixe de falar sobre qualquer assunto nos programas de televisão e que as críticas do ex-presidente fazem "parte do jogo" político.

"É fundamental que daqui para amanhã continuemos trabalhando", disse.

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