Após conversa com Temer, Jovair diz que mantém candidatura
"Pode ter certeza que eu vou ser o próximo presidente da Câmara", disse Jovair, garantindo que não está sofrendo pressão para desistir da candidatura
Reuters
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 20h40.
Brasília - Apesar das tentativas do Palácio do Planalto de evitar uma divisão da base aliada na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) saiu nesta quinta-feira de uma audiência com o presidente Michel Temer garantindo que mantém a candidatura e que vencerá a disputa com o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Pode ter certeza que eu vou ser o próximo presidente da Câmara", disse Jovair, garantindo que não está sofrendo pressão para desistir da candidatura.
O governo gostaria de ver a base unida em torno da candidatura de Maia, mas não conseguiu esvaziar o nome de Jovair, que tem bom trânsito no chamado baixo clero - deputados de menor expressão. O plano era que Maia vencesse em primeiro turno, mas Jovair pode obrigar uma disputa em segundo turno.
O governo já ofereceu ao deputado o Ministério do Trabalho, pasta hoje ocupada por Ronaldo Nogueira, outro deputado do partido. "Se Jovair desistisse hoje, amanhã ele era ministro", disse uma fonte palaciana. A fonte reconhece, no entanto, que o deputado conquistou um espaço e dificilmente desistirá.
O outro candidato da base, Rogério Rosso (PSD-DF), anunciou que sua candidatura à presidência da Casa está suspensa até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre a possibilidade de reeleição do atual presidente.
Rosso ficou sem o suporte de seu partido, cuja cúpula já sinalizava o apoio a Maia desde o início do mês e cuja bancada divulgou por nota que apoiaria o atual presidente na eleição de fevereiro.
Rosso e Jovair defendem que a candidatura de Maia é ilegal - argumentam que um presidente não poderia ser reeleito dentro da mesma legislatura. "Tenho certeza que a candidatura é inconstitucional, mas quem tem que responder é o Supremo Tribunal Federal", disse Jovair.
Dificilmente, no entanto, a corte irá analisar a situação antes da eleição, que ocorre no dia 2 de fevereiro.