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Após cirurgia, quadro de Padilha é estável

Boletim médico divulgado no início da noite diz que o procedimento foi realizado "sem intercorrências"

Eliseu Padilha: (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 19h14.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 22h35.

Vera Rosa - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, passou nesta segunda-feira por uma cirurgia no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para retirada da próstata.

Boletim médico divulgado no início da noite diz que o procedimento foi realizado "sem intercorrências" e que as condições gerais do ministro são estáveis.

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Padilha está de licença informal do governo desde a última quarta-feira. No dia 20, ele passou mal no trabalho e foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

Na ocasião, os médicos detectaram obstrução urinária provocada por uma hiperplasia prostática, e o ministro acabou transferido para Porto Alegre, onde reside sua família.

O urologista Cláudio Telöken e o intensivista Nilton Brandão, que assinam o boletim desta sexta-feira, dizem que Padilha permanecerá "monitorado pelas próximas 48 horas".

A licença do chefe da Casa Civil coincidiu com um período de grande turbulência política, após o depoimento do ex-assessor da Presidência José Yunes à Procuradoria Geral da República, levando a investigação da Lava Jato para dentro do Palácio do Planalto.

Embora o retorno de Padilha ao Planalto esteja previsto para 6 de março, auxiliares do presidente Michel Temer admitem, nos bastidores, que talvez seja conveniente estender sua licença.

Na prática, a volta do ministro à equipe é considerada incerta e depende dos desdobramentos da crise.

Yunes disse que serviu de "mula involuntária" de Padilha, na campanha eleitoral de 2014, ao aceitar receberum "pacote" - a pedido do ministro - em seu escritório de advocacia, em São Paulo.

De acordo com o relato de Yunes, a encomenda foi entregue a ele pelo operador financeiro Lúcio Funaro, homem da confiança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alvos da Lava jato, Funaro e Cunha estão presos desde o ano passado.

Amigo de Temer, o ex-assessor disse que não abriu o "pacote" nem sabe o que havia em seu conteúdo. Nega, porém, que houvesse dinheiro vivo, como denunciou o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho em delação premiada.

Yunes disse que só conheceu Funaro naquele dia. Na sua versão, o "pacote" depois foi retirado por outra pessoa, que ele não se lembra nem mesmo do nome.

Em dezembro do ano passado, a Coluna do Estadão informou que Funaro entregou R$ 1 milhão no escritório de advocacia de Yunes, a mando de Padilha, na campanha de 2014.

A quantia era proveniente da Odebrecht. Um dos auxiliares mais próximos de Temer, Yunes deixou o governo dias depois, quando veio à tona a delação de Melo Filho.

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