Brasil

Após bate-boca, Cunha sai em defesa de presidente de CPI

"É normal que haja embate político. Acho que todos têm de ter respeito. Xingamento é quebra de decoro", afirmou


	Cunha: "ele não faria nada que não fosse regimentalmente correto", disse
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Cunha: "ele não faria nada que não fosse regimentalmente correto", disse (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 14h11.

Brasília - Minutos após o bate-boca entre deputados do PT e PSOL e o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), na manhã desta quinta-feira, 05, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi ao plenário onde ocorre a sessão para se mostrar como fiador do aliado.

Aos deputados, Cunha disse que o motivo de sua visita era se colocar à disposição para prestar esclarecimentos à CPI, uma vez que seu nome vem sendo dado como certo entre os alvos de pedidos de abertura de inquérito feitos pela Procuradoria-Geral da República.

"Este parlamentar, e não o presidente da Casa, faz questão e está à disposição para vir aqui para prestar todo e qualquer esclarecimento", afirmou.

"Quem não deve não teme. Não sei se é ou não é verdade aquilo que se fala pela imprensa, que houve solicitação de investigação. Como sempre disse, ninguém é imune à investigação. Estou pronto para esclarecer, absolutamente tranquilo, qualquer fato ou qualquer suposição de fato que por ventura possa aparecer", disse em entrevista ao deixar o plenário.

Cunha disse não haver qualquer constrangimento em se oferecer para prestar esclarecimentos à CPI antes de ser convocado e defendeu a derrubada do sigilo dos pedidos de inquérito.

"Acho que tinha que ter sido divulgado de qualquer maneira. Causa muita estranheza tudo isso até agora", afirmou.

"Mesmo que disserem que querem sigilo no caso meu, se ele existir, eu faço questão de dar publicidade a ele", disse o presidente.

Do lado de fora, Cunha comentou o bate-boca e saiu em defesa de Motta. "É normal que haja embate político. Acho que todos têm de ter respeito. Xingamento é quebra de decoro", afirmou.

"Todos os fatos, todas as decisões que estão sendo tomadas pelo presidente têm amparo regimental. A instância de recurso, que sou eu, concordo com as decisões dele porque, previamente, ele submeteu à consulta regimental, se era correto, e entendemos que a decisão dele estava correta. Não há nenhuma dúvida de que ele está fazendo o correto. Ele não faria nada que não fosse regimentalmente correto", disse Cunha.

"Não há dúvida nenhuma que a decisão dele será mantida", afirmou.

Deputados do PT e do PSOL trocaram xingamentos e gritos com o presidente da CPI por discordarem da decisão monocrática de Motta de criar quatro sub-relatorias e escolher os nomes dos responsáveis por elas. Motta foi chamado de "coronel" e "moleque".

Os petistas questionam a criação das sub-relatorias por entenderem que elas enfraquecem o trabalho do relator Luiz Sérgio (RJ), do PT.

"Essa CPI não é de faz de conta. É uma CPI feita buscando esclarecimento dos fatos dentro da sua ementa. Consequentemente, todos têm que respeitar essa CPI, a começar pelo próprio presidente da Casa, que sou eu", afirmou Cunha.

Outras CPIs

Cunha também comentou nesta quinta-feira a criação de três outras CPIs (a da violência contra jovens negros e pobres, a do sistema carcerário e a da máfia das órteses e próteses no País) e o indeferimento de outras três (a das pesquisas eleitorais, a de irregularidades em planos de saúde e a pedida para investigar as causas da violência no Brasil).

O presidente da Casa negou que tenha adotado critério político para abrir possibilidade de criar a CPI do Setor Elétrico, que desagrada o governo.

"Tive um critério. Indeferi três e acolhi três. Não quis indeferir três ou indeferir quatro e acolher 4. Foi matematicamente matado", afirmou Cunha, que disse ainda não ter decidido sobre a criação da comissão para investigar o setor elétrico nacional.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais