Após assumir TSE, Mendes mantém relatoria de contas de Dilma
No ano passado, o ministro pediu a investigação de suposta prática de atos ilícitos na campanha que reelegeu Dilma mesmo após as contas terem sido aprovadas
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 18h30.
Brasília - Poucos dias depois de tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), o ministro Gilmar Mendes decidiu manter sob sua relatoria a prestação de contas da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) referente às eleições de 2014.
No ano passado, o ministro pediu a investigação de suposta prática de atos ilícitos na campanha que reelegeu Dilma mesmo após as contas da petista terem sido aprovadas com ressalvas pelo TSE.
A determinação teve como base informações reveladas pela Operação Lava Jato de que a campanha foi financiada com recursos da Petrobras.
Em fevereiro, Gilmar enviou cópias de documentos e notas fiscais da campanha petista para apurar irregularidades em contratos da legenda com sete empresas que receberam cerca de R$ 23 milhões para prestar serviços de impressão, divulgação, transporte, entre outros. O encaminhamento do ministro acatou um pedido feito ao Tribunal pelo PSDB.
Os tucanos apontavam indícios de ilegalidade na contratação e pagamento efetuado a empresas que, segundo a legenda, não teriam capacidade operacional para prestar serviços.
O partido adversário também afirmava que as empresas contratadas aparentavam ser "de fachada", e teriam sido contratadas por valores "exorbitantes e desproporcionais".
"Considerando o recebimento de informações de órgãos públicos relativos a indícios de irregularidades referentes às empresas que prestaram serviço à referida campanha, cujo acompanhamento tem sido por mim realizado, permaneçam os autos sob minha relatoria", escreveu o ministro em despacho assinado na semana passada, mas que só foi divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Tribunal.
Cassação
Além da prestação de contas do partido, tramitam no TSE quatro ações questionando supostas irregularidades nas contas da chapa eleita em 2014 e que pedem a cassação do mandato de Dilma e do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e que estão sob a relatoria da ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Caso Dilma perca efetivamente o mandato pelo processo do impeachment, Temer herdará as ações referentes à chapa vencedora nas últimas eleições presidenciais.
Como estratégia, o peemedebista tenta separar sua defesa da apresentada pela petista alegando que não contribuiu para os ilícitos eventualmente cometidos.
O Ministério Público Eleitoral, no entanto, já recomendou que o TSE rejeite a estratégia de Temer. De acordo com o órgão, se ficar comprovado, o abuso de poder pelo qual a chapa é acusada terá beneficiado tanto a petista quando o peemedebista.
Brasília - Poucos dias depois de tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), o ministro Gilmar Mendes decidiu manter sob sua relatoria a prestação de contas da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) referente às eleições de 2014.
No ano passado, o ministro pediu a investigação de suposta prática de atos ilícitos na campanha que reelegeu Dilma mesmo após as contas da petista terem sido aprovadas com ressalvas pelo TSE.
A determinação teve como base informações reveladas pela Operação Lava Jato de que a campanha foi financiada com recursos da Petrobras.
Em fevereiro, Gilmar enviou cópias de documentos e notas fiscais da campanha petista para apurar irregularidades em contratos da legenda com sete empresas que receberam cerca de R$ 23 milhões para prestar serviços de impressão, divulgação, transporte, entre outros. O encaminhamento do ministro acatou um pedido feito ao Tribunal pelo PSDB.
Os tucanos apontavam indícios de ilegalidade na contratação e pagamento efetuado a empresas que, segundo a legenda, não teriam capacidade operacional para prestar serviços.
O partido adversário também afirmava que as empresas contratadas aparentavam ser "de fachada", e teriam sido contratadas por valores "exorbitantes e desproporcionais".
"Considerando o recebimento de informações de órgãos públicos relativos a indícios de irregularidades referentes às empresas que prestaram serviço à referida campanha, cujo acompanhamento tem sido por mim realizado, permaneçam os autos sob minha relatoria", escreveu o ministro em despacho assinado na semana passada, mas que só foi divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Tribunal.
Cassação
Além da prestação de contas do partido, tramitam no TSE quatro ações questionando supostas irregularidades nas contas da chapa eleita em 2014 e que pedem a cassação do mandato de Dilma e do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e que estão sob a relatoria da ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Caso Dilma perca efetivamente o mandato pelo processo do impeachment, Temer herdará as ações referentes à chapa vencedora nas últimas eleições presidenciais.
Como estratégia, o peemedebista tenta separar sua defesa da apresentada pela petista alegando que não contribuiu para os ilícitos eventualmente cometidos.
O Ministério Público Eleitoral, no entanto, já recomendou que o TSE rejeite a estratégia de Temer. De acordo com o órgão, se ficar comprovado, o abuso de poder pelo qual a chapa é acusada terá beneficiado tanto a petista quando o peemedebista.