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Após apoio de Eduardo, GSI nega incentivo à ocupação de embaixada

Gabinete de Segurança Institucional afirmou que o presidente "jamais tomou conhecimento" ou "incentivou a invasão" da embaixada da Venezuela

Embaixada: ocupação acontece em meio ao primeiro dias de atividades da 11.ª Cúpula do Brics (Sergio Moraes/Reuters)

Embaixada: ocupação acontece em meio ao primeiro dias de atividades da 11.ª Cúpula do Brics (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 13h41.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 15h28.

Brasília — Após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, declarar apoio à ocupação da embaixada da Venezuela realizada na madrugada desta quarta-feira, 13, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República encaminhou nota afirmando que o presidente "jamais tomou conhecimento" ou "incentivou a invasão" da embaixada.

A nota diz que "como sempre há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade". O texto diz ainda que as forças de segurança, da União e do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação se resolva "pacificamente".

"O Presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó", diz o documento.

Quando Guaidó tentou assumiu o poder da Venezuela, se autoproclamando presidente do país, foi reconhecido formalmente pelo Brasil. Eduardo apoiou a tomada de poder, com a hashtag #foraMaduro.

A ocupação da embaixada venezuelana acontece em meio ao primeiro dias de atividades da 11.ª Cúpula do Brics, que reúne os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com exceção do Brasil, todos esses países apoiam a permanência do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no poder.

No meio diplomático, a ocupação da embaixada tem sido encarada como uma invasão, uma vez que o presidente da Venezuela atualmente, e de fato, é Nicolás Maduro. "Os ventos da Bolívia certamente chegarão à Venezuela. Não obstante isso, considero a ação de hoje, em meio à Cúpula dos Brics, contraproducente", disse o advogado Fernando Tibúrcio, especialista em direitos humanos. "Conversei com o presidente Guaidó e, em nenhum momento, me pareceu que uma ordem para ocupar a Embaixada tenha partido dele", comentou Tibúrcio, que é um dos interlocutores de Guaidó no Brasil.

Cerca de 20 pessoas que se dizem representantes do opositor Juan Guaidó conseguiram pela primeira vez acesso à embaixada do país em Brasília na madrugada desta quarta-feira. Segundo eles, funcionários da embaixada permitiram o acesso de Tomas Silva, ministro-conselheiro acreditado pelo Brasil, ao local - a embaixadora María Teresa Belandria não está no País. O governo Maduro, no entanto, descreveu o ato como "invasão".

Ao meio-dia, pelo menos dez invasores continuavam no prédio de maneira pacífica. Deputados do PT e do PSOL, como membros de movimentos sociais e a embaixadora da Nicarágua, Lorena Martínez, estão no local. Um representante do Itamaraty esteve mais cedo no prédio.

Em suas redes sociais, o presidente da República usou suas contas no Twitter e Facebook para criticar a invasão à embaixada venezuelana em Brasília por apoiadores do presidente autodeclarado da Venezuela, Juan Guaidó. Bolsonaro escreveu que o governo brasileiro repudia a interferência de atores externos, sem deixar claro quem seriam esses atores.

"Estamos tomando as medidas necessárias para resguardar a ordem pública e evitar atos de violência, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", completou o presidente

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