Após acidente com trem, acesso a estação é interditado no RJ
Ao sair dos trilhos, dois dos nove vagões da composição chocaram-se contra duas colunas que fazem a sustentação de uma das passarelas de acesso à estação
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 13h45.
Rio de Janeiro – A equipe de engenheiros e técnicos da Supervia, concessionária que administra os trens no Grande Rio, interditou um dos acessos à estação Madureira, na zona norte da cidade, devido ao descarrilamento de um trem na manhã de hoje (25). A interdição é uma medida de segurança.
Ao sair dos trilhos, dois dos nove vagões da composição chocaram-se contra duas colunas que fazem a sustentação de uma das passarelas de acesso à estação. Até o início da tarde, o trem ainda não tinha sido retirado do local do acidente.
Apenas a entrada próxima ao viaduto Negrão de Lima está liberada para embarque e desembarque de passageiros. Segundo a concessionária, uma comissão interna foi instaurada para apurar as causas do acidente e o laudo será concluído em até 30 dias.
O trem, que saía de Japeri na Baixada Fluminense, rumo à Central do Brasil descarrilou por volta das 7h da manhã, ao chegar na plataforma da estação Madureira e causou transtornos durante toda a manhã a centenas de passageiros que vinham das zonas norte, oeste e Baixada Fluminense com destino ao centro da capital. Pelo menos, 16 pessoas sofreram ferimentos leves em decorrência do acidente, segundo o Corpo de Bombeiros.
Com a batida, alguns bancos dos dois últimos vagões se soltaram e outros ficaram tortos, contou Isabela Silva, 19 anos, atendente de uma lanchonete que funciona na parte superior da plataforma atingida pela composição. “No momento da colisão, os fornos da lanchonete se soltaram e sentimos o chão tremer.”
Conforme a Supervia, os atrasos provocados pelo acidente foram, em média, de 20 minutos. A empregada doméstica, Cláudia Conceição, 40 anos, saiu de Mesquita, na Baixada Fluminense, para o trabalho em Madureira e enfrentou atrasos. Ela contou que os problemas são constantes e reclamou, principalmente, do estado de conservação dos trens. “É uma vergonha. Os trens estão uma porcaria. Os trabalhadores chegam todos os dias atrasados no trabalho por causa do atraso das composições. Eles têm que melhorar, pois do jeito que está não dá para continuar.”
Moradora de Realengo, na zona oeste, a funcionária pública, Maria da Luz, 45 anos, disse que mesmo quando não há acidentes, os atrasos são constantes nas linhas de trem. “Ultimamente, tem sido constante o trabalhador carioca passar por esse constrangimento, principalmente na hora do rush. Mandam um trem inferior a nove carros, com horário estupidamente ultrapassado, depois mencionam que o trabalhador é vândalo e abre a porta do trem, quando na verdade, há excesso de contingente. E a passagem de R$ 2,90 é muito cara para andarmos do jeito que a gente anda”, reclamou.
De acordo com o diretor executivo do Sindicato dos Ferroviários do Rio, Pedro Ricardo de Oliveira Neto, funcionários que trabalhavam em outras composições pela manhã relataram que a espera por um trem chega a até uma hora. “Teve um que ficou mais de uma hora parado em Deodoro. O empregado vai atrasar uma hora [para chegar] ao trabalho. O chefe vai achar que ele está mentindo, porque a notícia é de que o atraso é só de 20 minutos. ”
Para o sindicalista, o acidente está relacionado à falta de fiscalização e punição mais severa por parte da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp). “Só nesta semana, foram três [trens] com problemas. E amanhã, o que vai ser? A Agetransp tem que tomar uma providência e punir a empresa [Supervia] com mais rigor. Estamos preocupados com a manutenção geral de todo o trecho.”
Em nota, a Agetransp informou que enviou fiscais e abriu boletim de ocorrência para apurar os motivos do descarrilamento.
Foram registrados atrasos ontem (24) de aproximadamente meia hora em Japeri por causa de uma composição enguiçada em Ricardo de Albuquerque. A Agetransp informou, em nota, que enviou fiscalização e abriu boletim de ocorrência para apurar a avaria no trem da Supervia.
Na quinta-feira passada (20), mais atrasos em alguns ramais de trens provocaram tumulto na estação de Madureira, e na última sexta-feira (21), um trem sem passageiros enguiçou próximo à estação de São Cristóvão, na zona norte, e paralisou a linha por cerca de 30 minutos, causando atrasos em outros ramais.