Após 7 meses, pacote para exportação segue travado
Das sete medidas divulgadas, apenas uma se tornou realidade
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 08h26.
Brasília - Sete meses depois do anúncio oficial em Brasília, o pacote de apoio aos exportadores é um fracasso. Das sete medidas divulgadas, apenas uma se tornou realidade. As demais iniciativas se perderam na burocracia e nas disputas políticas por poder.
O pilar do pacote era acelerar a devolução dos créditos tributários dos exportadores. Estava prevista a devolução de 50% do dinheiro em até 30 dias após a solicitação, mas pouquíssimas empresas conseguiram cumprir todas as exigências para ter acesso aos créditos mais rapidamente.
Uma disputa entre os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento dificultou as negociações sobre o Eximbank brasileiro desde o início e ainda trava a criação do banco de financiamento à exportação. Também não se concretizaram o Fundo Garantidor de Infraestrutura e o Fundo Garantidor do Comércio Exterior.
Até mesmo as iniciativas mais simples não vingaram por conta do receio da Receita Federal em abrir mão de arrecadação e dar brecha para fraudes. Uma nova modalidade de drawback, que vai permitir que as empresas não paguem impostos por insumos comprados localmente se o produto tiver sido exportado, aguarda uma portaria conjunta do Desenvolvimento e da Fazenda.
O pacote previa ainda o surgimento do Simplex, que exclui as exportações do faturamento total das empresas na hora de enquadramento no Simples. Até quinta-feira, a medida fazia parte de um projeto de lei na pauta de votação da Câmara, mas foi retirada porque os técnicos da Receita pediram mais tempo para análise.
A única iniciativa que saiu do papel foi uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a exportação de bens de consumo. Até agora, os exportadores já utilizaram R$ 6,7 bilhões dos R$ 7,5 bilhões disponibilizados pelo governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.