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Aperto do BC vai ajudar a garantir a estabilidade

Mas é de lamentar que as políticas anticíclicas tenham ficado circunscritas ao Banco Central

Meirelles, do BC: ação solitária para atenuar oscilações (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 16h14.

São Paulo - A recente decisão do Banco Central de apertar a política monetária, elevando os depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo, evidencia a importância de medidas anticíclicas na economia. A teoria econômica ensina ser impossível anular a existência dos ciclos econômicos. Períodos de alta serão inexoravelmente seguidos de outros de baixa. Mas é, sim, possível atenuar tais oscilações, adotando políticas que impulsionem a economia quando ela estiver esfriando e o contrário quando, como agora, estiver andando rápido demais. Isso é importante para tornar a vida das pessoas mais estável e previsível – uma característica normalmente associada a uma vida com mais qualidade.

Pode parecer óbvio. Mas o fato é que muitos países do mundo não conseguem agir sobre os ciclos. Suas economias ficam completamente à mercê dos ventos. Decisões de longo prazo, como o investimento, geralmente são mais difíceis nessa situação – afinal, por que aplicar milhões numa fábrica se, a qualquer momento, a economia pode entrar em franco declínio? Por que, nesse caso, os indivíduos teriam confiança para gastar dinheiro na própria educação? Era assim o Brasil de muito pouco tempo atrás – um país preso no curtíssimo prazo. Do ponto de vista econômico, a maior transformação por que passamos nos últimos 15 anos foi exatamente recuperar a capacidade de trabalhar com um horizonte mais longo.

É de lamentar, portanto, que as políticas anticíclicas tenham ficado circunscritas ao Banco Central. Num cenário mais benigno, o governo Lula teria, como fez, pisado forte no acelerador quando a crise financeira chegou por aqui – mas de um jeito que permitisse uma ação contrária quando o estímulo se tornasse desnecessário. Foi o que fez o BC. No entanto, aumentos salariais agressivos e contratações de funcionários públicos, dentre outras medidas adotadas, são gastos permanentes. Tornam mais difícil uma atuação mais contundente agora que a economia brasileira cresce quase 8% ao ano. São coisas para o país refletir num momento em que começamos um novo ciclo político.

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São Paulo - A recente decisão do Banco Central de apertar a política monetária, elevando os depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo, evidencia a importância de medidas anticíclicas na economia. A teoria econômica ensina ser impossível anular a existência dos ciclos econômicos. Períodos de alta serão inexoravelmente seguidos de outros de baixa. Mas é, sim, possível atenuar tais oscilações, adotando políticas que impulsionem a economia quando ela estiver esfriando e o contrário quando, como agora, estiver andando rápido demais. Isso é importante para tornar a vida das pessoas mais estável e previsível – uma característica normalmente associada a uma vida com mais qualidade.

Pode parecer óbvio. Mas o fato é que muitos países do mundo não conseguem agir sobre os ciclos. Suas economias ficam completamente à mercê dos ventos. Decisões de longo prazo, como o investimento, geralmente são mais difíceis nessa situação – afinal, por que aplicar milhões numa fábrica se, a qualquer momento, a economia pode entrar em franco declínio? Por que, nesse caso, os indivíduos teriam confiança para gastar dinheiro na própria educação? Era assim o Brasil de muito pouco tempo atrás – um país preso no curtíssimo prazo. Do ponto de vista econômico, a maior transformação por que passamos nos últimos 15 anos foi exatamente recuperar a capacidade de trabalhar com um horizonte mais longo.

É de lamentar, portanto, que as políticas anticíclicas tenham ficado circunscritas ao Banco Central. Num cenário mais benigno, o governo Lula teria, como fez, pisado forte no acelerador quando a crise financeira chegou por aqui – mas de um jeito que permitisse uma ação contrária quando o estímulo se tornasse desnecessário. Foi o que fez o BC. No entanto, aumentos salariais agressivos e contratações de funcionários públicos, dentre outras medidas adotadas, são gastos permanentes. Tornam mais difícil uma atuação mais contundente agora que a economia brasileira cresce quase 8% ao ano. São coisas para o país refletir num momento em que começamos um novo ciclo político.

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