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Apenas 7% dos alunos usam internet nas escolas públicas

Os dados foram obtidos por uma pesquisa do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia sobre "Aprendizagem Móvel no Brasil"

Alunos em sala de aula de escola pública: de acordo com o estudo, o uso das tecnologias no ensino básico brasileiro ainda está nos "primeiros estágios de desenvolvimento" (ASCOM/SEED Roraima)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2015 às 16h43.

São Paulo - Apesar de 99% das escolas públicas terem computadores e 95% delas terem acesso à internet , apenas 7% dos alunos dizem fazer uso da rede nas unidades de ensino.

Os dados foram obtidos por uma pesquisa do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia sobre "Aprendizagem Móvel no Brasil".

A pesquisa foi feita entre julho e setembro de 2014 com a análise de escolas públicas, municipais e estaduais, em Brasília, Curitiba, Goiânia, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

De acordo com o estudo, o uso das tecnologias no ensino básico brasileiro ainda está nos "primeiros estágios de desenvolvimento".

Foram encontrados problemas em infraestrutura, o principal deles com relação à baixa velocidade da internet disponibilizada nas escolas. Mas o principal destaque é quanto ao conteúdo digital e a preparação dos professores e funcionários para lidar com as novas tecnologias.

"Para que as tecnologias sejam aliadas ao ensino é preciso pensar em um tripé: infraestrutura, conteúdo digital e capacitação dos professores. Em todos eles ainda é preciso melhorar, sobretudo nos dois últimos", disse Gustavo Azenha, diretor do centro.

De acordo com a pesquisa, 48% dos professores da rede pública disseram ter aprendido a usar o computador e internet sozinhos. Dos 52% de professores que disseram ter feito cursos específicos, apenas 22% fizeram um curso que tenha sido oferecido pelo governo e 11%, fornecidos pela escola.

Ainda segundo o estudo, o conteúdo digital oferecido nas escolas ainda não é "pensado" de forma a ser integrado com os currículos educacionais.

"As iniciativas desenvolvidas ainda são preparadas apenas por profissionais da área de tecnologia, por isso, o conteúdo dificilmente tem um apoio pedagógico, algo que possa complementar o que é ensinado no dia a dia".

Uso administrativo

Para Azenha, o fato de apenas 7% dos alunos e 9% dos professores terem dito que acessam à internet na escola mostra que as tecnologias ainda estão restritas ao uso administrativo e às salas de informática.

"O principal motivo apontado pelas escolas é a de que a banda de internet não é suficiente para o uso geral. Algumas tentam driblar essa situação com atividades off-line, mas não é o adequado".

A pesquisa qualitativa foi feita com a entrevista de gestores das secretarias de educação e apontou também que é unanimidade a importância das tecnologias para o ensino, no entanto, essa não é a prioridade das gestões.

"Com limitações de orçamento, optar por investir em tecnologia é uma difícil decisão e, apesar de ser aspirada por muitos gestores, não figuram no topo de suas prioridades e demandas mais urgentes.

A falta de prioridade nesse investimento também é justificada por uma minoria pela falta de retorno direto na aprendizagem", diz o relatório.

Do orçamento total das secretarias de educação, o investimento em tecnologias (equipamentos, serviços de internet e infraestrutura) é em média de 2%.

"Como falta um planejamento dirigido para esse investimento, ainda não conseguimos medir o impacto das tecnologias na educação pública", disse Azenha.

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A pesquisa foi feita entre julho e setembro de 2014 com a análise de escolas públicas, municipais e estaduais, em Brasília, Curitiba, Goiânia, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

De acordo com o estudo, o uso das tecnologias no ensino básico brasileiro ainda está nos "primeiros estágios de desenvolvimento".

Foram encontrados problemas em infraestrutura, o principal deles com relação à baixa velocidade da internet disponibilizada nas escolas. Mas o principal destaque é quanto ao conteúdo digital e a preparação dos professores e funcionários para lidar com as novas tecnologias.

"Para que as tecnologias sejam aliadas ao ensino é preciso pensar em um tripé: infraestrutura, conteúdo digital e capacitação dos professores. Em todos eles ainda é preciso melhorar, sobretudo nos dois últimos", disse Gustavo Azenha, diretor do centro.

De acordo com a pesquisa, 48% dos professores da rede pública disseram ter aprendido a usar o computador e internet sozinhos. Dos 52% de professores que disseram ter feito cursos específicos, apenas 22% fizeram um curso que tenha sido oferecido pelo governo e 11%, fornecidos pela escola.

Ainda segundo o estudo, o conteúdo digital oferecido nas escolas ainda não é "pensado" de forma a ser integrado com os currículos educacionais.

"As iniciativas desenvolvidas ainda são preparadas apenas por profissionais da área de tecnologia, por isso, o conteúdo dificilmente tem um apoio pedagógico, algo que possa complementar o que é ensinado no dia a dia".

Uso administrativo

Para Azenha, o fato de apenas 7% dos alunos e 9% dos professores terem dito que acessam à internet na escola mostra que as tecnologias ainda estão restritas ao uso administrativo e às salas de informática.

"O principal motivo apontado pelas escolas é a de que a banda de internet não é suficiente para o uso geral. Algumas tentam driblar essa situação com atividades off-line, mas não é o adequado".

A pesquisa qualitativa foi feita com a entrevista de gestores das secretarias de educação e apontou também que é unanimidade a importância das tecnologias para o ensino, no entanto, essa não é a prioridade das gestões.

"Com limitações de orçamento, optar por investir em tecnologia é uma difícil decisão e, apesar de ser aspirada por muitos gestores, não figuram no topo de suas prioridades e demandas mais urgentes.

A falta de prioridade nesse investimento também é justificada por uma minoria pela falta de retorno direto na aprendizagem", diz o relatório.

Do orçamento total das secretarias de educação, o investimento em tecnologias (equipamentos, serviços de internet e infraestrutura) é em média de 2%.

"Como falta um planejamento dirigido para esse investimento, ainda não conseguimos medir o impacto das tecnologias na educação pública", disse Azenha.

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