Às 14h de ontem ocorreu um recorde de demanda instantânea no Sul, um pico de 17.412 MW (Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 15h27.
São Paulo – O governo negou que o apagão que atingiu mais de 6 milhões de pessoas nesta terça-feira tenha alguma relação com o aumento do consumo de energia. Mas um boletim divulgado hoje pelo Operador Nacional de Energia (ONS) parece diminuir a distância entre os dois eventos.
O boletim mostra que às 14h de ontem ocorreu um recorde de demanda instantânea no subsistema Sul, um pico de 17.412 MW.
Poucos minutos depois, às 14:03, foi registrado o primeiro curto-circuito de uma série que levou ao desligamento do sistema de interligação entre o Norte e o Sul, o que culminou no apagão em 11 Estados.
Veja abaixo o gráfico com histórico mensal, nos últimos três anos, das demandas máximas instantâneas. O recorde anterior ocorreu no dia 29 de janeiro, com demanda instantânea de 17.357 MW, segundo o ONS.
Solicitações extremas, como a registrada ontem, aumentam a pressão sobre o sistema de de transmissão, que tem de estar preparado.
No momento, o que mais preocupa os especialistas é a capacidade de transmissão.
O desafio é o sistema aguentar os chamados “picos de demanda” que prometem aumentar por conta do calorão no país, agravado pela falta de chuva.
Falhas técnicas causadas pelo calor podem gerar oscilações pontuais no fornecimento de energia.
O calor muito forte pode, por exemplo, ionizar o ar e dar condução da corrente para a terra, provocando pequenos curtos circuitos e o desligamento automático de subestações.
O ONS marcou para a amanhã (6), uma reunião técnica para discutir o apagão. O encontro contará com representantes de empresas, do Ministério das Minas e Energia e da Aneel.