Apagão no Amapá: Justiça intima Aneel a apresentar documentos e contratos
Despacho atende a uma petição feita pelo líder da oposição no Senado que solicitava o afastamento da diretoria do órgão até a conclusão das investigações
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 11h14.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 12h08.
A Justiça Federal no Amapá intimou a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) a apresentar, em até cinco dias, documentos relacionados à concessão e à fiscalização dos serviços elétricos no Estado, em resposta ao apagão que atinge municípios amapaenses desde o último dia 3. O despacho atende a uma petição feita pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que solicitava ainda o afastamento da diretoria do órgão até a conclusão das investigações, mas esse ponto será analisado posteriormente.
Por meio das redes sociais, o parlamentar comemorou a decisão expedida pelo juiz federal João Bosco Costa Soares da Silva da 2ª Vara Federal Cível do Amapá. "Com esses documentos e contratos, teremos clareza sobre o que nos levou até o caos que vivemos e estaremos em melhores condições para ações de indenização e reparação aos amapaenses", publicou Randolfe.
Os documentos citados pelo senador incluem, conforme a decisão da Justiça, cópia dos contratos celebrados entre empresas de fiscalização e a Isolux e/ou outra empresa responsável pela operação dos geradores de energia no Estado do Amapá e a própria Agência Reguladora Federal (Aneel).
A decisão judicial estipula ainda a apresentação, no mesmo prazo de todos os relatórios de pagamento feitos à empresa de fiscalização e à Isolux, assim como documentos relativos à eventual fiscalização realizada em ambos os contratos nos últimos 5 anos.
O apagão no Estado foi decorrente de um incêndio na subestação Macapá que levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes, o que deixou 14 dos 16 municípios do Estado do Amapá sem energia.
A subestação danificada é operada pela Linhas de Macapá Transmissora de Energia. A concessão pertencia à espanhola Isolux, que entrou em recuperação judicial, e hoje se chama Gemini Energy.
A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.