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Pico de consumo causa apagão que atinge 11 estados e DF

Concessionárias de energia reduziram o fornecimento a pedido do ONS. De acordo com órgão, alta na demanda e restrições na transferência de energia para o Sudeste motivaram os cortes

Energia elétrica (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2015 às 13h53.

São Paulo - Na tarde desta segunda, faltou energia elétrica em três regiões do país. Pelo menos 11 estados mais Distrito Federal foram impactados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais,  Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

O apagão aconteceu devido a um pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste e elevação do consumo de energia elétrica teriam motivado o corte, segundo a ONS. (Veja a nota na íntegra abaixo).

De acordo com o ONS, dez usinas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram perdas. Por conta disso, os cortes foram solicitados. Segundo o ONS, a operação impactou 5% da carga do sistema e às 15h45 a situação estaria normalizada.

As distribuidoras de energia Eletropaulo, CPFL, Light, CEB, Copel, Cemig, Elektro, Celesc,  EDP Bandeirante, EDP Escelsa e Celg confirmaram o apagão elétrico.  Até agora, estima-se que 2.770 MW foram cortados.

No Amapá, o corte de energia seria por problemas técnicos e em Alagoas, estava programada uma manutenção do sistema para hoje.

Veja a situação em cada estado:

São Paulo

Em São Paulo, a Eletropaulo afirma ter restabelecido a totalidade de sua carga às 15h50. Segundo nota, mais de 700 Megawatts de energia distribuída foram cortados.

Na capital paulista, o corte afetou a operação do Metrô. As estação República e Luz ficaram fechadas das 14h30 até às 16h30.

Rio de Janeiro

De acordo com a Light, cerca de 500 MW de energia foram cortados por volta das 14h50. A distribuidora afirma que às 16h20 o fornecimento foi totalmente restabelecido.

O corte de energia atingiu principalmente os bairros da zona oeste e norte da capital fluminense. Algumas cidades da Baixada Fluminense também foram afetadas.

Minas Gerais

A Cemig confirmou o corte de energia em Belo Horizonte e em outras cidades mineiras. A distribuidora não informou o volume reduzido.

Espírito Santo

No estado, oito municípios foram afetados pelo corte. Segundo a EDP Escelsa, as cidades de Piúma, Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy, João Neiva, Barra de São Francisco e Pinheiros tiveram cortes de luz. O serviço já teria sido normalizado.

Paraná

A Copel afirma que 320 MW foram cortados às 14h54. Às 15h15, 300 mil domicílios de diferentes regiões do Paraná ficaram sem energia.

Segundo nota enviada à imprensa, a situação já estava normalizada por volta das 16h.

Rio Grande do Sul

A CPFL, que atende o interior de São Paulo e Rio Grande do Sul, afirmou que foram cortados 800 MW a partir das 15h.

A AES Sul também cortou 700 MW, mas afirma que a situação já foi normalizada.

Santa Catarina

De acordo com a Celesc, que atende Santa Catarina e Paraná, o corte de carga foi de 150 MW, o que equivale a 3,7% da demanda do momento. O corte durou 45 minutos e atingiu cerca de 140 mil unidades.

Distrito Federal

A CEB, responsável pelo fornecimento no Distrito Federal, afirmou que desligou 8 subestações entre 15h e 15h40. Segundo a distribuidora, 157 mil domicílios foram atingindos pelo corte de energia.

Goiás

A Celg afirmou que o corte de carga foi de 200 MW. Segundo informações da empresa, o fornecimento foi normalizado às 16h.

Amapá

A Companhia de Eletricidade do Amapá afirma que o corte de energia ocorreu devido a um curto-circuito na subestação em Santana. O problema teria começado às 3h da manhã e, em alguns locais, a situação já estaria normalizada.

Veja o posicionamento da ONS:

"No dia 19 de janeiro, a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN), restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica.

Na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador (Centro-Oeste); Governador Ney Braga (Sul); totalizando 2.200 MW. Com isso, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz.

Visando restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste,  impactando menos de 5% da carga do Sistema.

A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada.

Amanhã, dia 20 de janeiro de 2015, às 14h30, no Rio de Janeiro, o ONS se reunirá com os agentes  envolvidos para analisar a ocorrência"

São Paulo - No Brasil de hoje é impensável que pessoas ainda vivam sem energia elétrica . No entanto, segundo dados do IBGE , 1,5% dos brasileiros não têm luz em casa. Parece pouco dada a imensidão do país, mas isso significa que 2,7 milhões de pessoas - o que equivale a toda a população de Salvador (BA) - vivem no escuro.Apenas 170 cidades brasileiras têm fornecimento de energia elétrica em todas as casas de seus moradores. Nos outros 5.394 municípios, uma parcela da população vive no escuro, segundo dados do Censo 2010 - o mais recente sobre o assunto.A situção é pior em 7 cidades que, segundo números do IBGE, têm menos da metade de seus domícilios com fornecimento de energia elétrica. Nelas, 25.437 pessoas vivem sem luz em suas casas. Além da falta de energia, estas 7 cidades têm em comum o fato de terem menos de 10 mil habitantes e um Índice de Desenvolvimento Humano ( IDH ) baixo. Uiramutã, em Roraima , é a que tem as piores condições. Na cidade, que fica nas fronteiras da Venezuela e da Guiana,70% da população não têm luz em casa. A cidade é a que possui amaior proporção de indígenas no país.  Veja nas fotos como é a situação nestas cidades.
  • 2. Uiramutã (RR)

    2 /7(Divulgação/ Prefeitura de Uiramutã)

  • Veja também

    Uiramutã (Roraima)70,7% das casas não têm energia elétrica
    População da cidade8.375
    Pessoas sem energia elétrica em casa6.118
    Total de domicílios na cidade1.444
    Domicílios sem energia elétrica1.022
    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,453 - muito baixo
  • 3. Dom Inocêncio (PI)

    3 /7(Divulgação/ Governo do Piauí)

  • Dom Inocêncio (Piauí)55,3% das casas não têm energia elétrica
    População da cidade9.245
    Pessoas sem energia elétrica em casa5.188
    Total de domicílios na cidade2.557
    Domicílios sem energia elétrica1.415
    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,549 - baixo
  • 4. Capitão Gervásio Oliveira (PI)

    4 /7(Divulgação/ Governo do Piauí/ Paulo Barros)

    Capitão Gervásio Oliveira (Piauí)54,3% das casas não têm energia elétrica
    População da cidade3.878
    Pessoas sem energia elétrica em casa2.117
    Total de domicílios na cidade1.144
    Domicílios sem energia elétrica622
    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,553 - baixo
  • 5. São Lourenço do Piauí (PI)

    5 /7(Divulgação/ Facebook São Lourenço do Piauí)

    São Lourenço do Piauí (Piauí)54% das casas não têm energia elétrica
    População da cidade4.427
    Pessoas sem energia elétrica em casa2.405
    Total de domicílios na cidade1.297
    Domicílios sem energia elétrica701
    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,595 - baixo
  • 6. Dirceu Arcoverde (PI)

    6 /7(Divulgação/ Facebook Prefeitura de Dirceu Arcoverde)

    Dirceu Arcoverde (Piauí)50,4% das casas não têm energia elétrica
    População da cidade6.675
    Pessoas sem energia elétrica em casa3.412
    Total de domicílios na cidade1.866
    Domicílios sem energia elétrica941
    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,561 - baixo
  • 7. Veja quais são as campeãs de desperdício de água

    7 /7(Flickr)

  • Atualizado às 18h58

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