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Anistia Internacional questiona imparcialidade da Polícia no caso Marielle

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) disse que "reitera sua confiança na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro"

Marielle Franco: "Estamos há quase 65 dias da morte da defensora de direitos humanos e vereadora", disse a organização (Câmara do Rio/Divulgação)

Marielle Franco: "Estamos há quase 65 dias da morte da defensora de direitos humanos e vereadora", disse a organização (Câmara do Rio/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2018 às 17h36.

Rio - A Anistia Internacional questiona a imparcialidade da Polícia Civil na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes.

Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira, 18, a Anistia cita uma reportagem da TV Globo segundo a qual as polícias do Rio teriam 71 submetralhadoras HK MP-S, modelo que teria sido usado no crime.

Das 60 armas pertencentes à Polícia Civil, cinco delas teriam sido extraviadas em 2011. Outras 11 submetralhadoras pertenceriam ao Batalhão de Operações Especiais (Bope).

"Estamos há quase 65 dias da morte da defensora de direitos humanos e vereadora Marielle Franco. Durante esse período, diversas informações sobre o caso foram veiculadas pela mídia, inclusive de que a munição utilizada pertencia a lote vendido à Polícia Federal em Brasília e havia sido roubada na sede dos Correios, sem que houvesse nenhuma explicação ou pronunciamento oficial pelas autoridades", disse a Anistia Internacional, em nota.

Segundo o órgão, "a informação de que armas do mesmo modelo da que teria sido usada na execução de Marielle Franco teriam sido desviadas do arsenal da Polícia Civil pode comprometer a competência e independência da Polícia Civil de investigar o caso".

"A Anistia Internacional urge que a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro se pronunciem sobre a imparcialidade das investigações."

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) disse que "reitera sua confiança na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) e no trabalho de excelência da Divisão de Homicídios".

A Seseg diz estar "alinhada ao clamor da sociedade por Justiça e respeita o trabalho técnico de investigação cuja produção de provas qualificadas levará os culpados à condenação".

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