Sérgio Cabral: ex-governador do Rio de Janeiro foi preso ontem em operação (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 14h33.
Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 14h41.
Rio de Janeiro - A decisão do juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que determinou a prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), cita um pagamento de R$ 2 milhões em favor do Diretório Nacional do PMDB, pela construtora Andrade Gutierrez.
"Como demonstração do efetivo pagamento da propina exigida, o MPF (Ministério Público Federal) junta em seu requerimento imagem do Recibo Eleitoral/Eleições 2010 - que materializou o pagamento de 2 milhões de reais em favor do PMDB - Diretório Nacional, pela construtora Andrade Gutierrez, pagamento este que, como afirmam os colaboradores, foi objeto de negociação criminosa entre a empresa e a Organização Criminosa ora investigada, capitaneada pelo então Governador de Estado Sérgio Cabral", afirma o juiz.
Em outra citação ao partido, é dito que, em e-mails, Carlos Miranda (operador das propinas) "orienta como a responsável pela entrega do dinheiro (Tânia Fontenelle, colaboradora) deveria depositar o valor da propina para o Diretório Nacional do PMDB".
"A relação de proximidade, quase intimidade diante dos relatos e evidências trazidas aos autos, entre os investigados Carlos Miranda e Sérgio Cabral, talvez explique sua relevância na apontada Organização Criminosa. Com efeito, além do fato de ter sido casado com uma prima de Sérgio Cabral (Maria Angélica dos Santos Miranda), Carlos Miranda foi sócio do próprio Sergio Cabral na empresa SCF Comunicações e Participações Ltda", disse. A reportagem não obteve retorno da defesa de Cabral.