Antônio Andrade: Andrade trabalha por aliança com o PT no estado e para indicação do próprio nome como candidato a vice do ex-ministro Fernando Pimentel (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 15h37.
Belo Horizonte - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, afirmou nesta sexta-feira, 14, que "a qualquer momento" vai deixar o comando da pasta, que acredita que será assumida por outro integrante do PMDB.
Apesar de a direção do partido ter lançado o nome do senador Clésio Andrade como pré-candidato ao governo de Minas, Andrade trabalha por uma aliança com o PT no estado e para a indicação do próprio nome como candidato a vice do ex-ministro Fernando Pimentel, cuja pré-candidatura será lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Até o dia 4 (de abril) eu vou sair (do Ministério). Estou aguardando a negociação sobre quem vai para meu lugar. Com certeza o PMDB, como base de governo que é, vai buscar entendimento com a presidente. Mas a qualquer momento podemos ter que sair", afirmou o ministro, antes de entrar para reunião fechada com Lula, Pimentel, e parlamentares estaduais e federais de ambos os partidos.
Andrade - que deve estar ao lado de Lula no lançamento da pré-candidatura petista, adiantou que vai "conversar um pouco" com Pimentel e o ex-presidente sobre uma possível aliança no Estado já no primeiro turno. "No governo federal nós somos base. Estamos juntos e é mais que natural uma composição em Minas também", declarou. E descartou a possibilidade de o PMDB se aliar ao PSDB, como chegou a ser defendido pelo presidente do diretório mineiro do partido, deputado federal Saraiva Felipe, e Clésio Andrade. "Qualquer composição será de centro-esquerda", garantiu.
Mensalão mineiro
Apesar de defender a formação de uma chapa com Pimentel, Andrade admitiu a possibilidade de a legenda ter candidatura própria porque, segundo ele, é o que "mais une um partido". E acredita que o fato de Clésio ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do chamado mensalão mineiro não criará constrangimento na disputa eleitoral.
Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou declarações finais ao STF em processo sobre o mesmo caso que tem como réu o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para quem pediu 22 anos de prisão.
O deputado e o senador são acusados de participarem de um esquema de desvio de verbas de estatais mineiras em 1998 para a campanha pela reeleição do tucano, então governador de Minas. Correligionários de Azeredo defendem
O processo contra Clésio tramitava em Belo Horizonte, mas foi desmembrado quando ele assumiu uma cadeira no Senado, em 2011. A ação ainda tramita contra diversos réus, como o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado a mais de 40 anos de prisão por participação no mensalão federal.
"Este é um assunto do Judiciário. Mas ainda estão ouvindo testemunhas", disse Antônio Andrade, descartando a possibilidade de Clésio ser julgado antes do pleito de outubro.