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Anastasia pede cópia de depoimento que diz que levou R$ 1 mi

O advogado do senador pediu cópia do depoimento no qual um réu investigado na Operação Lava Jato afirmou que teria entregue R$ 1 milhão a Anastasia

Antônio Anastasia (PSDB-MG): defesa voltou a negar que Anastasia tenha recebido qualquer valor do doleiro Alberto Youssef (Daniel Messias/Coligação Todos Por Minas/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 17h01.

Brasília -O advogado do senador eleito Antônio Anastasia (PSDB-MG) pediu hoje (13) à Justiça Federal em Curitiba cópia do depoimento no qual um réu investigado na Operação Lava Jato afirmou que teria entregue R$ 1 milhão ao senador.

Na petição encaminhada ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações, a defesa voltou a negar que o ex-governador tenha recebido qualquer valor oriundo do doleiro Alberto Youssef.

De acordo com reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 8 de janeiro, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho afirmou em depoimento à Polícia Federal que foi enviado a Belo Horizonte para entregar dinheiro a pedido de Youssef.

Segundo o agente, a entrega foi feita em uma casa em Belo Horizonte, em 2010, a uma pessoa que não se identificou. Segundo o policial, o doleiro disse que a entrega era para o ex-governador.

"Não obstante o requerente negue peremptoriamente tal irresponsável insinuação, despiciendo discorrer sobre magnitude da repercussão negativa de um depoimento tal como posto, mormente quando requerente esteja tolhido, por absoluto desconhecimento dos termos das circunstâncias como depoimento foi prestado, da possibilidade de esclarecer os fatos de forma cabal imediata, minimizando os danos da sua imagem", disse a defesa.

Por determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, Jayme Alves foi afastado das funções de policial federal em novembro passado. De acordo com as investigações, Jayme prestava serviços ao doleiro na entrega de remessas de dinheiro. Ele é réu em uma das ações penais da operação e não fez acordo de delação premiada.

Em nota divulgada após a publicação da reportagem, Anastasia afirmou que nunca se encontrou com o policial e não conhece Alberto Youssef.

"Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef. Em 2010, já como governador de Minas Gerais não tinha qualquer relação com a Petrobras, que não tinha obras no estado, ademais do fato de eu ser governador de oposição ao governo federal", declarou.

São Paulo – Aos 42 anos, o juiz federal Sérgio Fernando Moro é o principal nome por trás dos feitos históricos e, por vezes, polêmicos do processo envolvendo a Operação Lava Jato – que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras . Deflagrada em março de 2014, a operação mirava, em um primeiro momento, desmantelar uma teia de lavagem de dinheiro estimada em 10 bilhões de reais. As investigações apontaram o envolvimento de executivos da Petrobras no esquema. Veja 6 respostas sobre a Operação Lava Jato.  No mesmo mês, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foram presos. Um dos principais especialistas em lavagem de dinheiro do país, Moro já havia julgado Yousseff no passado durante o processo do caso Banestado. Na época, o juiz condenou 97 pessoas envolvidas no desvio de 28 bilhões de reais para o exterior. O doleiro da Lava Jato estava entre eles. Durante os últimos 16 meses de investigações, Moro colecionou práticas consideradas necessárias para uns ou questionáveis para outros (principalmente, para os defensores dos acusados), como o uso da delação premiada e a divulgação de alguns depoimentos. Em um seminário no Rio de Janeiro na útlima quinta-feira, ele negou ser herói nacional. Discreto, tende a não revelar muitos detalhes da sua vida pessoal. A esposa dele seria assessora jurídica de Flávio José Arns (PSDB), vice-governador do estado do Paraná, de acordo com informações do blog Conversa Afiada.  Moro é um dos três indicados pela Associação dos Juízes Federais do Brasil para ocupar o lugar de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Em 2012, durante o julgamento do mensalão, foi juiz instrutor do Supremo Tribunal Federal como auxiliar da ministra Rosa Weber. Professor de Direito Processual Penal Universidade Federal do Paraná, Moro concluiu o Program of Instruction for Lawyers da Universidade de Harvard e é doutor em Direito pela UFPR.
Veja nas imagens algumas frases que revelam o pensamento do juiz.
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