Alta dos preços agrícolas opõe UE ao Brasil no G-20
Exportações agrícolas brasileiras são as que mais crescem entre as principais economias do mundo; europeus querem estabilizar os preços
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 07h38.
O aumento nos preços agrícolas deixa Brasil e Europa em lados opostos e já provoca uma polêmica dentro do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). Dados divulgados ontem indicam que a alta levou o Brasil a bater recordes sucessivos nas exportações.
Segundo os números da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil voltou a apresentar a maior expansão nas exportações entre as 70 maiores economias do mundo nos últimos três meses de 2010. As exportações brasileiras cresceram 31% em outubro, 40% em novembro e 45% em dezembro. Na China, as exportações tiveram alta de 23% em outubro, 35% em novembro e 18% em dezembro.
Os dados brasileiros são mais de duas vezes superiores à média mundial. Em outubro, a alta das exportações no mundo havia atingindo apenas 15%, ante 18% em novembro. Grande parte da explicação para a expansão brasileira está nos preços internacionais das commodities agrícolas. Entre novembro de 2009 e dezembro de 2010, a alta superou a marca de 35%, superior ao crescimento do preço de energia.
Para a França, que neste ano preside o G-20, está na hora de tratar de uma estabilização dos preços agrícolas a todo custo. A União Europeia vive uma crise profunda e alguns países nem saíram da recessão. Mas, mesmo assim, a renda obtida pelo Brasil com as exportações agrícolas para o mercado europeu surpreendeu até os diplomatas brasileiros em Bruxelas.
No caso do açúcar, as vendas nacionais ao mercado europeu triplicaram em valor entre 2009 e 2010, atingindo US$ 514 milhões. As exportações de milho para a Europa cresceram seis vezes, passando de US$ 50 milhões em 2009 para US$ 319 milhões em 2010. As vendas de soja para a Europa também deram um salto, passando de US$ 1,4 bilhão em 2009 para US$ 2,3 bilhões no ano passado. O mesmo ocorreu com o café, com uma alta de 40%, atingindo US$ 2,8 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.