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Dilma não tem autoridade para pedir diálogo, diz Aloysio

Senador disse que rejeita participar de qualquer acordo com a presidente Dilma Rousseff


	Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP): para o senador, Dilma não tem "autoridade moral" para propor um diálogo
 (Moreira Mariz/Agência Senado)

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP): para o senador, Dilma não tem "autoridade moral" para propor um diálogo (Moreira Mariz/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 19h48.

Brasília - Dois dias após o segundo turno, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), ex-vice na chapa de Aécio Neves à Presidência da República, afirmou nesta terça-feira que rejeita participar de qualquer acordo com a presidente Dilma Rousseff (PT).

Para ele, Dilma não tem "autoridade moral" para propor um diálogo. Em inflamado discurso da tribuna do Senado, o tucano disse que Dilma não pode dizer que "não sabia o que estava acontecendo" dos ataques que ele e Aécio sofreram na internet de pessoas "a serviço do PT".

"(Não se pode) transformar as redes sociais em um esgoto fedorento para destruir adversários. Foi isso que fizeram. Não diga a candidata Dilma que não sabia o que estava acontecendo. Todo mundo percebia as insinuações que fazia nos debates e os coros nos debates sociais, dizendo que o Aécio batia em mulheres, era drogado. Quem faz isso não tem autoridade moral para pedir diálogo. Comigo, não. Estende uma mão e, com a outra, tem um punhal para ser cravado nas costas", criticou o tucano.

Aloysio Nunes disse também ter sido informado por familiares de que, nas redes sociais, o nome dele chegou a ser vinculado ao tráfico de drogas.

O tucano disse que pretende discutir reforma política, como defendeu Dilma no discurso da vitória no domingo (26), mas destacou que antes quer que sejam concluídas as investigações dos escândalos da Petrobras, para que não digam que há "corrupção na política porque faltam recursos de financiamento público para as campanhas".

Aloysio Nunes reafirmou o discurso, já relatado em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje, que não dará trégua ao governo.

Durante a discussão no plenário da Medida Provisória 650/2014, que trata da reestruturação da carreira da Polícia Federal, ele disse que a presidente "injuriou a corporação ao dizer que no tempo do Fernando Henrique todos os diretores da PF eram militantes do PSDB".

"E Vossa Excelência foi ministro da Justiça do PMDB. Como é possível exercitar a mentira com tanta desfaçatez", disse Aloysio, referindo-se ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), titular da pasta no governo FHC.

O tucano disse que Dilma não cumpriu nenhuma das promessas para a PF e para a Polícia Rodoviária Federal.

E concluiu o discurso, em duro tom: "Eu fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço do PT, de uma candidatura. Eu devo essa satisfação às minhas famílias, amigo e à nação. Não faço acordo. Não quero ser sócio de um governo falido, e nem cúmplice de um governo corrupto".

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que "de nenhuma forma" o PT, como partido, ou Dilma teriam estimulado ou patrocinado qualquer tipo de agressão nas redes sociais.

O petista disse que não se pode atribuir essa ação ao PT e exemplificou que, no dia da eleição, foi atribuído a petistas a suposta morte por envenenamento do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção na Petrobras, que foi internado em um hospital em Curitiba no final de semana.

"Não podemos aceitar a colocação do nobre senador Aloysio Nunes. O PT não tem nada, absolutamente nada tem a ver com isso. O que nós precisamos fazer é ter uma legislação que garanta à Polícia Federal, que, no momento em que mentiras, fatos e agressões sejam postadas em redes sociais, existam mecanismos legais para que sejam retiradas do ar o mais rapidamente possível", disse.

O líder do PT se solidarizou com Aloysio Nunes, a quem disse ser testemunha da "correção e da vida limpa". A senadora Ana Amélia (PP-RS) e o presidente do Senado também saíram em defesa do tucano.

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