"Aliança EUA-Brasil é mais forte do que nunca", diz conselheiro de Trump
O chanceler Ernesto Araújo foi a Washington se encontrar com o representante da Casa Branca. Um dos assuntos em pauta foi a crise na Venezuela
AFP
Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 08h55.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 10h12.
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, disse nesta terça-feira que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil estão no seu melhor momento.
"A aliança Estados Unidos-Brasil está mais forte do que nunca", twittou Bolton, após se reunir em Washington com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo .
Bolton foi a primeira autoridade americana a se reunir no final de novembro com o então presidente eleito Bolsonaro, um fervoroso admirador de Trump que não escondeu sua intenção de reorientar a diplomacia brasileira para Washington.
Bolton disse que na reunião desta terça-feira, na Casa Branca, conversou com Araújo sobre a situação na Venezuela.
"Nós discutimos o apoio mútuo para o presidente interino da Venezuela (Juan) Guaidó, incluindo a logística para fornecer assistência humanitária ao povo venezuelano", escreveu Bolton.
Guaidó foi imediatamente reconhecido pelos Estados Unidos e pelo Brasil em 23 de janeiro, quando, na qualidade de chefe da Assembleia Nacional, se autoproclamou presidente depois de considerar que o novo mandato de Maduro, iniciado dez dias antes, foi resultado de eleições fraudulentas e, portanto, "ilegítimo".
Apoiado por cerca de 40 países que já o reconhecem no cargo, Guaidó redobrou nesta terça-feira sua pressão pela entrada da ajuda humanitária no país, desafiando Maduro, que a considera o início de uma intervenção militar dos EUA.
O governo Trump, que não descarta uma ação armada na Venezuela, ofereceu uma ajuda inicial de 20 milhões de dólares.
De acordo com o jornal O Globo, após se reunir com Bolton, Araújo afastou a possibilidade de usar tropas americanas em solo brasileiro para viabilizar a chegada de ajuda à Venezuela.
Segundo o chanceler, para entregar a ajuda humanitária, não são necessárias tropas americanas ou de qualquer outro país. Ele acrescentou que Bolsonaro considera um eventual canal humanitário no contexto de um "esforço para consolidar o processo de transição democrática" na Venezuela.