Brasil

Aliados de Dilma articulam adiar reunião da CCJ

Plano é jogar a reunião para quinta, para atrasar o início das investigações sobre a Petrobras no Congresso


	Romero Jucá: senador indicou a aliados que vai abraçar a missão, mas alegou que não deve conseguir dar um parecer a tempo
 (Pedro França/Agência Senado)

Romero Jucá: senador indicou a aliados que vai abraçar a missão, mas alegou que não deve conseguir dar um parecer a tempo (Pedro França/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 21h07.

Brasília - Em mais uma manobra para atrasar o início das investigações sobre a Petrobras no Congresso, aliados da presidente Dilma Rousseff articulam adiar a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que vai analisar a abrangência da CPI. Inicialmente agendada para a tarde de amanhã, o plano é jogar a reunião para quinta-feira.

Nomeado nesta segunda-feira relator da questão, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) indicou a aliados que vai abraçar a missão, mas alegou que não deve conseguir dar um parecer a tempo. Em resposta aos movimentos do governo, a oposição apresentará amanhã um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar garantir uma investigação exclusivamente sobre a estatal.

"Seria intransigência da minha parte dar a ele apenas 24 horas para avaliar uma questão importante como essa", defendeu o presidente da CCJ, Vital do Rêgo (PMDB-RR). "Ainda não tomei conhecimento do material. Preciso avaliar antes para definir quanto tempo vou precisar para relatar a matéria", argumentou Jucá.

A indicação do senador para a relatoria da questão de ordem que trata da abrangência da CPI atende aos interesses do Planalto, mas estabelece uma balança para tentar criar menos conflitos com a oposição. Publicamente, o presidente da CCJ, Vital do Rêgo (PMDB-PB) diz que optou por um nome que "não assinou nenhuma das CPIs" protocoladas na última semana - na sexta, ele deu a tarefa ao senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que abortou a missão alegando estar atarefado com a Medida Provisória 627, a MP das Coligadas. Contudo, a oposição já acusa os aliados de apelar para mais uma manobra.

Romero Jucá foi líder do governo Lula na Casa durante quatro anos e permaneceu no cargo nos primeiros dois anos da gestão Dilma Rousseff. Conhecido por seu temperamento conciliador, a tendência é que Jucá mantenha a posição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e decida pela instalação da CPI ampliada da Petrobras, que abrange o caso Alstom e obras no Porto de Suape, temas com potencial de atingir os candidatos de oposição ao Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

A inclinação atenderá a orientação do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que defende a abertura de investigações com base em análises das redes sociais na semana passada. "Defender que não tenha CPI é prejudicial. A população quer CPI", afirmou Eunício.

Líderes da oposição vão amanhã ao Supremo entregar ao presidente, ministro Joaquim Barbosa, em mãos, o mandado de segurança que tenta garantir a CPI exclusiva da Petrobras. Eles vão pedir agilidade na análise do pedido. A pretensão é de que o futuro ministro relator obrigue a instalação da CPI proposta pelos aliados de Aécio Neves e Eduardo Campos e garanta investigações apenas sobre a Petrobras.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasDilma RousseffEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisGoverno DilmaIndústria do petróleoPersonalidadesPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Chega a oito o número de mortes confirmadas após queda de ponte

Edital do Sisu 2025 é publicado; saiba quando se inscrever

Lira convoca reunião de líderes para debater composição da mesa diretora da Câmara em 2025

Tarifa de ônibus em SP deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,20