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Alckmin pressiona PSDB para regulamentar prévias até setembro

Aliados de Alckmin querem agendar a escolha de um candidato à Presidência para agosto, antecipando as prévias

Geraldo Alckmin: sobre antecipar as prévias, Aécio teria dito que iria "pensar no assunto" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2017 às 11h21.

Última atualização em 15 de março de 2017 às 11h59.

Aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deflagraram nesta terça-feira, 14, movimento para pressionar a cúpula do PSDB a antecipar para agosto a escolha do candidato do partido à Presidência em 2018.

A estratégia foi traçada no começo do ano e antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo em janeiro. Secretário-geral da legenda e interlocutor de Alckmin no Congresso, o deputado federal Silvio Torres foi escalado para "abrir o debate" com prefeitos, governadores, deputados e integrantes da executiva tucana.

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"Estou divulgando essa posição para todo o partido. Na próxima reunião da executiva do PSDB (que ainda não foi marcada) vou referendar a proposta", disse Torres à reportagem.

O parlamentar também publicou artigo nesta terça no jornal "Folha de S.Paulo", no qual defende que o PSDB entre em 2018 com seu presidenciável escolhido, e já se reuniu com o senador Aécio Neves (MG), presidente do partido e também pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Segundo Torres, Aécio disse que vai "refletir sobre o assunto". Em caráter reservado, tucanos criticaram o "timing" e lembram que a iniciativa foi tomada no dia em que a Procuradoria-Geral da República enviou 83 pedidos de abertura de inquéritos ao STF com base nas delações da Lava Jato.

"Independentemente do que está acontecendo na política, precisamos ter nosso calendário. O partido precisa ter uma agenda própria. O timing nunca é bom", disse Torres.

Processo

O deputado lembra, ainda, que o PSDB não tem nenhuma resolução em vigor que normatiza prévias. "Até agosto, se não houver decisão (sobre o candidato), vamos em setembro regulamentar o processo (de eleição interna)", disse.

Na terça, o governador, que na semana passada assumiu pela primeira vez publicamente que pretende disputar a Presidência, também defendeu a realização de prévias no partido. "A democracia começa dentro de casa. A prévia não divide, a prévia escolhe. Você pode escolher na mesa, com quatro ou cinco pessoas ou pode ouvir os que participam da vida partidária, 20 mil ou 30 mil pessoas", disse Alckmin.

A estratégia do governador paulista, que disputou a Presidência em 2006 e perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, foi criticada internamente.

"No PT, colocam agora o Lula para 2018 como sobrevivência. É o oxigênio que eles precisam para sobreviver. O PSDB não precisa disso", disse o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.

Segundo ele, é "absolutamente impossível" se debruçar sobre isso no momento. "Fora uma meia dúzia (de pessoas), nenhum cidadão desse país está preocupado com 2018. O partido não tem o direito de perder tempo e esforço discutindo isso neste momento."

A candidatura do governador paulista tem a simpatia de pelo dois governadores tucanos, Marconi Perillo, de Goiás, e Beto Richa, do Paraná, e tem como "cabo eleitoral" o prefeito de São Paulo, João Doria.

Aécio Neves não foi localizado pela reportagem para comentar a iniciativa dos aliados de Alckmin.

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