Alckmin ou Aécio: o que é melhor para o PSDB em 2018?
Tucanos vão precisar decidir quem será candidato seu à presidência República em 2018; veja os prós e contras de cada um, segundo especialistas.
Mariana Desidério
Publicado em 15 de junho de 2015 às 17h18.
São Paulo – O diretório paulista do PSDB lançou as bases para uma disputa interna no partido que deve durar os próximos dois anos. Neste período, os tucanos vão precisar decidir quem será seu candidato à presidência da República em 2018.
Ontem, os tucanos paulistas colocaram oficialmente o nome do governador de São Paulo Geraldo Alckmin na briga. Do outro lado está o candidato derrotado nas eleições passadas, o senador mineiro Aécio Neves .
Aécio perdeu a eleição de 2014 por muito pouco, deixando um sentimento de “quase” para os eleitores tucanos. A eleição apertada assustou o PT, e é o principal capital político do senador.
Por outro lado, Aécio não conseguiu vencer em Minas Gerais, seu reduto eleitoral. Lá, a presidente Dilma Rousseff teve 52,41% dos votos, contra 47,59% de Aécio. Para completar, os eleitores mineiros elegeram um governador petista em primeiro turno, dando fim a 12 anos de governos do PSDB no estado. Um resultado difícil de explicar para Aécio.
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem a seu favor o fato de ter sido reeleito já no primeiro turno em 2014 com 57% dos votos. De quebra, o estado comandado por Alckmin rendeu uma quantidade significativa de votos para Aécio. Porém, Alckmin já foi candidato à presidência, e perdeu para Lula em 2006.
EXAME.com ouviu especialistas para saber qual deve ser a escolha do PSDB em 2018. Veja a seguir o que eles disseram:
"Alckmin teve vitória retumbante em 2014"
Wagner Romão, professor de ciência política da Unicamp
“Me parece que a eleição de 2018 tende a ser ocupada pelo Alckmin como candidato. Não há dúvida que Aécio teve uma ótima performance em 2014. No entanto, a perda em Minas Gerais marcou bastante o processo eleitoral, enquanto em São Paulo Alckmin teve uma vitória retumbante.”
“Além disso, está claro que o PSDB está em meio a uma polarização interna e, nesse contexto, é preciso lembrar que São Paulo sempre foi a maior base de apoio do partido no país. Alckmin também tem buscado se aproximar das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado, o que é um movimento importante.”
"Com Aécio, PSDB teve um 'quase' com Q maiúsculo"
Humberto Dantas, cientista social e professor do Insper
“O candidato mais provável para o PSDB é o senador Aécio Neves. Essa posição pró-Alckmin do diretório de São Paulo tem muito mais cara de um contraponto a algo que já estaria consolidado. Seria, portanto, uma candidatura alternativa. O fato de 2014 ter sido uma eleição apertada aumenta a força de Aécio. Foi um 'quase' com Q maiúsculo.”
“Outro ponto é que o PSDB nunca surfou no recall da eleição anterior, nunca manteve um candidato derrotado. Acho que o partido pagou caro por isso. Dada a nossa cultura política, se tivesse insistido em um nome por mais de uma eleição, talvez o resultado fosse diferente.”
São Paulo – O diretório paulista do PSDB lançou as bases para uma disputa interna no partido que deve durar os próximos dois anos. Neste período, os tucanos vão precisar decidir quem será seu candidato à presidência da República em 2018.
Ontem, os tucanos paulistas colocaram oficialmente o nome do governador de São Paulo Geraldo Alckmin na briga. Do outro lado está o candidato derrotado nas eleições passadas, o senador mineiro Aécio Neves .
Aécio perdeu a eleição de 2014 por muito pouco, deixando um sentimento de “quase” para os eleitores tucanos. A eleição apertada assustou o PT, e é o principal capital político do senador.
Por outro lado, Aécio não conseguiu vencer em Minas Gerais, seu reduto eleitoral. Lá, a presidente Dilma Rousseff teve 52,41% dos votos, contra 47,59% de Aécio. Para completar, os eleitores mineiros elegeram um governador petista em primeiro turno, dando fim a 12 anos de governos do PSDB no estado. Um resultado difícil de explicar para Aécio.
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem a seu favor o fato de ter sido reeleito já no primeiro turno em 2014 com 57% dos votos. De quebra, o estado comandado por Alckmin rendeu uma quantidade significativa de votos para Aécio. Porém, Alckmin já foi candidato à presidência, e perdeu para Lula em 2006.
EXAME.com ouviu especialistas para saber qual deve ser a escolha do PSDB em 2018. Veja a seguir o que eles disseram:
"Alckmin teve vitória retumbante em 2014"
Wagner Romão, professor de ciência política da Unicamp
“Me parece que a eleição de 2018 tende a ser ocupada pelo Alckmin como candidato. Não há dúvida que Aécio teve uma ótima performance em 2014. No entanto, a perda em Minas Gerais marcou bastante o processo eleitoral, enquanto em São Paulo Alckmin teve uma vitória retumbante.”
“Além disso, está claro que o PSDB está em meio a uma polarização interna e, nesse contexto, é preciso lembrar que São Paulo sempre foi a maior base de apoio do partido no país. Alckmin também tem buscado se aproximar das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado, o que é um movimento importante.”
"Com Aécio, PSDB teve um 'quase' com Q maiúsculo"
Humberto Dantas, cientista social e professor do Insper
“O candidato mais provável para o PSDB é o senador Aécio Neves. Essa posição pró-Alckmin do diretório de São Paulo tem muito mais cara de um contraponto a algo que já estaria consolidado. Seria, portanto, uma candidatura alternativa. O fato de 2014 ter sido uma eleição apertada aumenta a força de Aécio. Foi um 'quase' com Q maiúsculo.”
“Outro ponto é que o PSDB nunca surfou no recall da eleição anterior, nunca manteve um candidato derrotado. Acho que o partido pagou caro por isso. Dada a nossa cultura política, se tivesse insistido em um nome por mais de uma eleição, talvez o resultado fosse diferente.”