Alckmin libera R$ 121 mi em emendas ao orçamento
As emendas são instrumentos legislativos pelos quais os deputados conseguem repassar dinheiro dos cofres estaduais para os seus redutos
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 14h28.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ( PSDB ), liberou nessa quarta-feira, 9, R$ 121 milhões em emendas parlamentares e convênios firmados com municípios e entidades sociais.
As emendas são instrumentos legislativos pelos quais os deputados conseguem repassar dinheiro dos cofres estaduais para os seus redutos.
A liberação dos recursos ocorreu menos de um mês depois do tucano enfrentar uma rebelião com parte de sua base aliada na Assembleia Legislativa de São Paulo durante a votação da proposta de aumento da alíquota de ICMS sobre a cerveja.
O governador sofreu resistência de parte da bancada do PSDB durante o trâmite do projeto na Casa, mas o projeto acabou aprovado depois que governo aceitou fazer mudanças no texto.
Alckmin liberou emendas de 66 deputados, incluindo de parlamentares da oposição.
O governador firmou também 829 convênios, sendo 414 com municípios e outros 434 com entidades sociais.
Segundo a administração estadual, as emendas estavam "represadas" desde 2014, quando Alckmin disputou a reeleição e estava impedido pela legislação eleitoral de tomar esse tipo de medida.
O governo também atribuiu o atraso do repasse à crise econômica, que afetou a arrecadação de impostos. A queda na arrecadação teria sido de R$ 7,5 bilhões.
Reações
O líder do PSDB na Assembleia, Carlão Pignatari, disse estar satisfeito com o valor que foi liberado por Alckmin.
"Foi o que foi possível com a crise econômica", afirmou o tucano, que negou qualquer tipo de relação entre a liberação de emendas e a rebelião de parte da base de Alckmin.
"Não tem nada a ver com rebelião. Estávamos discutindo isso há quase 90 dias. Estávamos vendo a hora de ter recurso em caixa para não ficar no déficit".
O líder do PT na Assembleia, Geraldo Cruz, classificou o valor referente às emendas de "mixaria" e afirmou que é uma estratégia de Alckmin para tentar "ganhar deputados" nas votações que tramitam na Casa.
"O governo anunciou uma mixaria dessas que vai ficar como 'resto a pagar'. É uma enganação para ver se ganha uns deputados aqui na Casa", disse. "Estão passando mel na boca do pessoal para ver se vota outras matérias que estão tramitando por aqui".
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que também teve quatro emendas liberadas, disse que Alckmin autorizou o repasse para evitar dificuldades durante a votação do orçamento, que deve ocorrer na semana que vem.
"Eu achei uma miséria total. Ele (Alckmin) só liberou parte das emendas para domesticar sua base", disse Giannazi.
"Isso é por conta da votação do orçamento, na semana que vem. Ele não quer obstrução. Quer consenso. Muitas emendas serão apresentadas e ele vai querer vetar todas elas".
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ( PSDB ), liberou nessa quarta-feira, 9, R$ 121 milhões em emendas parlamentares e convênios firmados com municípios e entidades sociais.
As emendas são instrumentos legislativos pelos quais os deputados conseguem repassar dinheiro dos cofres estaduais para os seus redutos.
A liberação dos recursos ocorreu menos de um mês depois do tucano enfrentar uma rebelião com parte de sua base aliada na Assembleia Legislativa de São Paulo durante a votação da proposta de aumento da alíquota de ICMS sobre a cerveja.
O governador sofreu resistência de parte da bancada do PSDB durante o trâmite do projeto na Casa, mas o projeto acabou aprovado depois que governo aceitou fazer mudanças no texto.
Alckmin liberou emendas de 66 deputados, incluindo de parlamentares da oposição.
O governador firmou também 829 convênios, sendo 414 com municípios e outros 434 com entidades sociais.
Segundo a administração estadual, as emendas estavam "represadas" desde 2014, quando Alckmin disputou a reeleição e estava impedido pela legislação eleitoral de tomar esse tipo de medida.
O governo também atribuiu o atraso do repasse à crise econômica, que afetou a arrecadação de impostos. A queda na arrecadação teria sido de R$ 7,5 bilhões.
Reações
O líder do PSDB na Assembleia, Carlão Pignatari, disse estar satisfeito com o valor que foi liberado por Alckmin.
"Foi o que foi possível com a crise econômica", afirmou o tucano, que negou qualquer tipo de relação entre a liberação de emendas e a rebelião de parte da base de Alckmin.
"Não tem nada a ver com rebelião. Estávamos discutindo isso há quase 90 dias. Estávamos vendo a hora de ter recurso em caixa para não ficar no déficit".
O líder do PT na Assembleia, Geraldo Cruz, classificou o valor referente às emendas de "mixaria" e afirmou que é uma estratégia de Alckmin para tentar "ganhar deputados" nas votações que tramitam na Casa.
"O governo anunciou uma mixaria dessas que vai ficar como 'resto a pagar'. É uma enganação para ver se ganha uns deputados aqui na Casa", disse. "Estão passando mel na boca do pessoal para ver se vota outras matérias que estão tramitando por aqui".
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que também teve quatro emendas liberadas, disse que Alckmin autorizou o repasse para evitar dificuldades durante a votação do orçamento, que deve ocorrer na semana que vem.
"Eu achei uma miséria total. Ele (Alckmin) só liberou parte das emendas para domesticar sua base", disse Giannazi.
"Isso é por conta da votação do orçamento, na semana que vem. Ele não quer obstrução. Quer consenso. Muitas emendas serão apresentadas e ele vai querer vetar todas elas".