Alckmin diz que definição de vice é "uma construção" com aliados
Pré-candidato tucano evitou falar em um "Plano B" caso Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar e dono da Coteminas, decida não ocupar a vaga
Reuters
Publicado em 24 de julho de 2018 às 17h18.
Última atualização em 24 de julho de 2018 às 20h44.
São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin , disse nesta terça-feira que o empresário Josué Gomes, indicado pelo blocão para ser seu companheiro de chapa, é um grande nome, mas ressaltou ser necessário aguardar para a definição da vice.
"O Josué foi lembrado como candidato a vice-presidente da República pelo PR e pelo bloco. É um grande nome, um grande empreendedor", disse Alckmin a jornalistas após evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham) em São Paulo.
"A conversa minha (com ele) foi muito boa. Aliás, já está na campanha, já está trabalhando, empenhado. Se vai ser candidato a vice ou não, vamos aguardar", disse o tucano, acrescentando que a definição do candidato a vice "é uma construção" com os aliados.
Alckmin evitou falar em um "Plano B" caso Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar e dono da Coteminas, decida não ocupar a vaga.
Após relatos de que o empresário teria rejeitado a indicação para vice de Alckmin, o PR informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nenhuma decisão foi tomada ainda.
"A Executiva Nacional do PR esclareceu, no início da tarde de hoje, que ainda não há registro de qualquer decisão do republicano Josué Gomes, convidado para ser o vice da chapa encabeçada por Geraldo Alckmin", informou a legenda.
Uma fonte próxima ao tucano, no entanto, disse que Alckmin já começa a buscar outro nome para vice. Entre os citados estão o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) e o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (Solidariedade).
"As alternativas cogitadas antes sempre voltam, mas o momento é de buscar um acerto com Josué", destacou a fonte.
Coordenação
Indagado se o ex-governador de Goiás Marconi Perillo está mantido no posto de coordenador político de sua campanha, após relatos de que a saída de Perillo, adversário político regional do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), seria uma das exigências do blocão, Alckmin disse que a coordenação será colegiada.
"Continua", disse, referindo-se a Perillo. "Mas nós vamos fazer uma coordenação colegiada. Os outros partidos também vão participar e têm grande contribuição a dar."
O blocão fechou apoio a Alckmin na semana passada depois de uma reunião com o presidenciável tucano em São Paulo. O anúncio formal da aliança com o grupo --formado por PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade-- deve ser feito na quinta-feira desta semana.
O acerto dá a Alckmin o maior tempo de TV na propaganda eleitoral e foi uma vitória do tucano, já que o blocão também vinha sendo assediado pelo pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, e partidos do grupo vinham sendo cobiçados por outros adversários, como Jair Bolsonaro (PSL), que conversava com o PR, e o PT, que deve formalizar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A candidatura de Alckmin, que disputará o Planalto pela segunda vez, depois de ser derrotado em 2006, deverá ser formalizada na convenção nacional do PSDB, marcada para 4 de agosto em Brasília.
(Reportagem adicional de Ricardo Brito, em Brasília)