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Alckmin critica condicionar verbas à reforma da Previdência

Governador paulista rebateu a decisão do ministro Carlos Marun de condicionar a liberação de recursos ao esforço de governadores e prefeitos pela reforma

Geraldo Alckmin: "não pode uma instituição financeira vincular liberação de financiamento a órgão público à votação de parlamentares. É um retrocesso" (Misha Friedman/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 10h51.

Última atualização em 27 de dezembro de 2017 às 10h54.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin , considerou um "equívoco" do ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun, condicionar a liberação de recursos do governo federal e dos bancos públicos ao esforço de governadores e prefeitos para garantir apoio à reforma da Previdência.

Em entrevista à Radio Jovem Pan nesta quarta-feira, 27, Alckmin avaliou que esta vinculação não é permitida.

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"Acho que foi equívoco do ministro e tenho certeza que ele vai corrigir isso porque não pode uma instituição financeira vincular liberação de financiamento a órgão público à votação de parlamentares. É um retrocesso", afirmou.

Na terça-feira, 26, Marun admitiu a ação e disse que "realmente o governo espera reciprocidade" de quem tem recursos a serem liberados. Disse que são ações de governo e que está apenas pedindo 'ajuda' em troca de votos pela Previdência.

Alckmin acrescentou que o PSDB é favorável à reforma, fechou questão em torno do assunto e tentará combater a divisão interna que ainda existe no partido a respeito do tema por meio do convencimento dos parlamentares.

Ele argumentou que a reforma é uma questão de justiça, na medida em que iguala as condições entre o trabalhador da iniciativa privada e do funcionalismo, e, por isso, o apoio à reforma é uma questão de responsabilidade do partido.

Alckmin disse que já há maioria no PSDB a favor da mudança de regras da Previdência. "Quanto mais se postergar, mais grave fica a situação."

Prévias

O governador defendeu que a realização de prévias dentro do partido para definir os candidatos que concorrerão aos cargos majoritários na eleição de 2018 aconteça antes de março.

Esse é o prazo final da janela partidária, quando políticos podem mudar de partido para concorrer. Alckmin já anunciou sua intenção de disputar a Presidência da República e deverá enfrentar internamente o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que também quer concorrer ao cargo.

Sobre o apoio ao vice-governador Marcio França (PSB) em uma eventual candidatura ao governo do Estado, ao mesmo tempo em que o PSDB também deve lançar um candidato próprio, Alckmin avaliou que o ideal seria que a coligação entre os dois partidos se mantivesse, mas caso não seja possível, a aliança pode ser retomada em um eventual segundo turno.

Ao falar sobre a influência da Operação Lava Jato nas eleições do próximo ano, o governador avaliou que o saldo é positivo, por causa do fortalecimento das instituições.

Disse ser otimista com relação ao futuro, porque o País está 'vocacionado' a crescer, mas para isso precisa de um governo eficiente.

"O Brasil não precisa de 'show man'. Eu não sou da ribalta, esta coisa de discurseira é meio atrasada. Temos que falar a verdade às pessoas", afirmou, em referência indireta às críticas que recebe sobre sua suposta falta de carisma.

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