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Ajuste fiscal determinará patamar de juros em 2011, diz MB Associados

Economista Sérgio Vale vê inflação caminhando perigosamente para a casa de 6%

Trio da economia no governo Dilma: ajuste fiscal rigoroso aliviaria tarefa do Banco Central (Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Trio da economia no governo Dilma: ajuste fiscal rigoroso aliviaria tarefa do Banco Central (Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 11h30.

São Paulo - O tamanho do ajuste fiscal prometido pelo governo Dilma vai determinar a intensidade do aperto monetário, que começou nesta quarta-feira (19) com uma alta de 0,5 ponto percentual.

A avaliação é do economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, que participou nesta quinta-feira (20) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Infelizmente, a inflação está caminhando perigosamente para o patamar muito próximo de 6% - e ficando nesse patamar. Ou seja, há uma certa dificuldade em trazer esse número para o centro da meta. Eu, definitivamente, não vejo isso acontecendo em 2011. Quanto mais crível for o ajuste fiscal do governo, mais espaço tem o Banco Central para não precisar subir tanto a Selic. Como a gente não acredita que o governo vai fazer uma política fiscal minimamente razoável, a gente vai depender do Banco Central”, diz Sérgio Vale.

Nesse contexto, o economista prevê um aperto monetário total de “pelo menos” dois pontos percentuais, com a Selic chegando a 12,75% ao ano. “As expectativas inflacionárias para 2012 já estão sendo contaminadas. Parte do mercado, incluindo a MB Associados, acredita que a inflação no ano que vem vai voltar a ficar acima da meta. Eu diria que teremos três anos de inflação - de 2010 a 2012 – com cenário preocupante.”

Sérgio Vale avalia que não será possível reduzir a meta de inflação nos próximos anos como sinalizou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em seu discurso de posse.

“O governo insiste na política de ter um pouquinho mais de inflação para permitir um crescimento mais forte. No fundo, quando o ministro da Fazenda coloca um crescimento médio de 5,9% do PIB nos próximos anos, implicitamente e infelizmente ele está colocando uma taxa de inflação acima da meta, entre 5% e 6%. Com isso, fica impensável uma meta de inflação que sairia, por exemplo, de 4,5% para 4%.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe da MB Associados também avalia o impacto da alta de juros no câmbio.

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