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Agricultura será o "ministério do diálogo", diz Kátia Abreu

Adotando o tom da conciliação, Kátia Abreu disse que pretende conversar com todas as pessoas que tenham espírito público

Kátia Abreu: ela destacou que foi convocada pela presidente Dilma para servir ao país (Valter Campanato/Agência Brasil)

Kátia Abreu: ela destacou que foi convocada pela presidente Dilma para servir ao país (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 19h16.

Brasília - A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta segunda-feira, 5, que a pasta que comandará será o "ministério do diálogo".

"Estamos prontos para trabalhar e ir para o bom combate. Nenhuma luta, nenhuma guerra, que venha a trazer conflitos que possam puxar o país para trás terá minha participação. Não aceitarei nenhum tipo de provocação", disse ela, em entrevista após receber o cargo do antecessor Neri Geller.

Adotando o tom da conciliação - contrariamente ao que marcou sua trajetória política como líder ruralista -, Kátia Abreu disse que pretende conversar com todas as pessoas que tenham espírito público, como é o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

E destacou que foi convocada pela presidente Dilma Rousseff para servir ao país.

A nova ministra afirmou ainda que seu ministério não é responsável pela reforma agrária, a cargo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Ela elogiou o fato de que o titular dessa pasta, Patrus Ananias, tenha prestigiado sua posse, mas observou: "Temos competências, cada ministério, e eu pretendo respeitar essa competência."

Apesar dos questionamentos do PT e de movimentos sociais sobre a escolha de seu nome, Kátia Abreu recebeu o novo cargo numa cerimônia realizada na rua em frente ao prédio do Ministério da Agricultura sem ter sido alvo de qualquer tipo de protesto.

A posse dela foi prestigiada por 17 ministros do novo governo. Contudo, dos 19 senadores da bancada do PMDB do Senado - que apadrinharam o nome dela sugerido por Dilma -, somente três se fizeram presentes: ela própria, o senador licenciado e novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), e um dos vice-presidentes do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO).

A cúpula do partido no Senado está irritada com a reforma ministerial feita pela presidente.

Na entrevista, a nova ministra disse que sua pasta estará pronta a apoiar a produção de todos sem restrições.

"Não interessa o tamanho de terra, desde que tenha um palmo de chão, o Ministério da Agricultura está pronto para apoiar em qualquer circunstância", disse.

Kátia Abreu não quis polemizar diante de uma pergunta sobre se sua gestão incentivaria a abertura de novos frigoríficos, em movimento inverso ao observado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de maior consolidação.

A mudança de orientação da nova ministra tem por objetivo esvaziar o poder da JBS, a gigante nacional de carnes que cresceu na gestão Lula.

Ela disse apenas que é preciso dar oportunidades para que "mais frigoríficos possam exportar, sem enfraquecer ou desmerecer nenhum deles".

"O que temos é um imenso mercado lá fora e as nossas empresas e as nossas indústrias precisam estar preparadas e totalmente liberadas para exportar para esse grande mercado consumidor, quer seja de carne em geral, quer sejam de outros produtos como café, leite. A nossa obrigação, a do Ministério da Agricultura, é viabilizar, abrir as portas e dar condições para que todas as empresas possam estar aptas para exportar", avaliou a nova ministra.

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