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Agora sou oposição ao governo, diz Eduardo Cunha

O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou nesta sexta-feira que faz parte agora da oposição ao governo Dilma Rousseff.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 17 de julho de 2015 às 12h12.

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou nesta sexta-feira que faz parte agora da oposição ao governo Dilma Rousseff. Em entrevista coletiva, Cunha afirmou que tem convicção de que as denúncias contra ele e a devassa em suas contas são orientadas pelo Palácio do Planalto.

“Há uma orquestração do governo aqui. É uma realidade. Por isso estou fazendo meu rompimento formal com o governo”, afirmou. “O governo sempre me viu como uma pedra no sapato, nunca me quis na presidência da Câmara. O governo tem um ódio pessoal contra mim, o governo não me engole”, continuou o parlamentar.

Cunha disse ainda que o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, já foram comunicados de sua decisão.

"Michel Temer respeita minha posição, não tenho rompimento com ele", afirmou. O deputado disse ainda que Calheiros concorda com a avaliação de que as denúncias contra Cunha são uma orquestração do governo.

Agora, o deputado afirma que vai trabalhar para que todo o PMDB passe para o lado da oposição ao governo petista. O partido, maior aliado do PT no governo, tem congresso marcado para setembro. Segundo Cunha, caso a sigla decida romper com o Palácio do Planalto, deve deixar os ministérios que ocupa hoje.

A decisão de Eduardo Cunha vem após denúncias feitas pelo delator Júlio Camargo no âmbito da Operação Lava Jato. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Júlio Camargo disse que Eduardo Cunha pediu propina de 5 milhões de dólares em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

Durante a coletiva de hoje, o parlamentar desqualificou o depoimento do delator. "Acha que eu vou acreditar num pilantra que fala quatro vezes uma coisa e depois outra? Ninguém confirma. Vou pautar minha vida política por causa de bandidos? A lei é clara e diz que ele tem que apresentar provas", afirmou.

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