Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Afpesp critica aumento de 46% no salário de Bruno Covas: "abusivo e inoportuno"

A lei assinada na véspera de Natal aumenta o salário para R$ 35 mil. O último reajuste ocorreu em 2012 e era entrave para a elite do funcionalismo público

Modo escuro

Bruno Covas, prefeito de São Paulo (Patrícia Cruz/Divulgação)

Bruno Covas, prefeito de São Paulo (Patrícia Cruz/Divulgação)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às, 18h46.

A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (Afpesp) reagiu ao reajuste salarial sancionado pelo prefeito da capital paulista Bruno Covas (PSDB) para elevar seus rendimentos em 46% a partir de 2022. A lei foi assinada na véspera de Natal e aumenta o salário de R$ 24 mil para R$ 35 mil.

Para o presidente da AFPESP, Álvaro Gradim, o reajuste é 'abusivo' e 'inoportuno' no contexto da pandemia de covid-19 e da demanda de recursos para a Saúde. "Além disso, é profundamente injusta com a grande massa dos servidores da prefeitura, inclusive os que estão na linha de frente no combate à covid-19", afirma.

A lei que autoriza o aumento salarial do executivo municipal foi aprovada pela Câmara com placar de 34 votos a favor, 17 contrários e uma abstenção. O último reajuste ocorreu em 2012 e o congelamento era entrave para a elite do funcionalismo público receber aumento, uma vez que o salário do prefeito é o teto dos servidores municipais.

"A grande massa dos servidores municipais paulistanos vem tendo, desde 2013, reajustes de apenas 0,01% por ano, por força de lei" compara Gradim. "A medida é no mínimo, antiética e desrespeitosa com os funcionários do município", acrescenta.

Os salários do vice-prefeito eleito, Ricardo Nunes (MDB), e dos secretários municipais também tiveram aumentos de 47% e 53%, respectivamente, passando dos atuais R$ 21,7 mil para R$ 31,9 mil no primeiro caso e R$ 19,3 mil para R$ 30,1 mil no segundo.

Aos vereadores, Covas apresentou estudo afirmando que o dispositivo trará, em 2022, um impacto de R$ 78 milhões ao orçamento da cidade. Um estudo paralelo, elaborado pelo gabinete do vereador José Police Neto (PSD), estimou que o valor seria de quase R$ 500 milhões. "Haverá efeito em cascata danoso para os cofres públicos a partir de 2022, quando a medida entrar em vigor", critica Gradim.

Na mesma linha, a vice-presidente do Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem), Margarida Prado Genofre, divulgou uma nota na qual classifica o reajuste como 'um grande descaso' com a população desempregada de São Paulo e 'um duro golpe' contra os servidores municipais.

O aumento salarial do prefeito virou alvo de duas ofensivas judiciais: uma organizada por vereadores do PSOL em mandato e eleitos para a legislatura que começa ano que vem e outra subsidiada pelo advogado Carlos Alexandre Klomfahs em ação popular contra o reajuste.

Últimas Notícias

ver mais
Senado aprova, por 63 votos a 2, PLP do ICMS com redução de gastos com piso da Saúde este ano
Brasil

Senado aprova, por 63 votos a 2, PLP do ICMS com redução de gastos com piso da Saúde este ano

Há 5 horas
Após chegada do 5G, Anatel começa a preparar desligamento dos sinais 2G e 3G
Brasil

Após chegada do 5G, Anatel começa a preparar desligamento dos sinais 2G e 3G

Há 7 horas
ONS avaliará contratação de energia termelétrica por causa de seca no Norte, diz Alckmin
Brasil

ONS avaliará contratação de energia termelétrica por causa de seca no Norte, diz Alckmin

Há 8 horas
Feminicídio: Senado aprova pensão especial para filhos de mães vítimas do crime
Brasil

Feminicídio: Senado aprova pensão especial para filhos de mães vítimas do crime

Há 8 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais