Brasil

Aeronave de acidente em Vinhedo é do mesmo modelo de bimotor que caiu no Nepal em 2023

Queda de avião ATR-72 no país asiático deixou 72 mortos em janeiro do ano passado

Equipes de resgate atuam no local onde avião caiu no Nepal em 15 de janeiro de 2023 (Prakash Mathema /AFP)

Equipes de resgate atuam no local onde avião caiu no Nepal em 15 de janeiro de 2023 (Prakash Mathema /AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 18h21.

O avião bimotor ATR-72, da empresa Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, que caiu nesta sexta-feira na região do bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo, é do mesmo modelo do envolvido no acidente fatal que ocorreu no Nepal, em janeiro do ano passado.

O pior acidente de avião ocorrido no Nepal em 30 anos matou 72 pessoas. Um relatório do comitê de investigação à agência de notícias AFP foi divulgado com o resultado das investigações, que indicam que o piloto da aeronave ATR 72, pertencente à companhia aérea nepalesa Yeti Airlines, usou uma alavanca errada. O documento cita também "fatores humanos, como alta carga de trabalho e estresse, que parecem ter levado a um erro na identificação e seleção da hélice".

Segundo o site da fabricante, o modelo é conhecido pela alta eficiência no gasto de combustível, além da baixa emissão de CO2. A aeronave, ainda de acordo com a empresa, apresenta bons índices de resistência a "temperaturas extremas, altitudes elevadas, pistas curtas, estreitas e não pavimentadas, aproximação íngreme".

"Com sua estrutura mais leve, velocidade otimizada e um motor projetado para setores curtos, o ATR 72-600 é, de longe, a aeronave regional mais eficiente em termos de combustível. A vantagem de queima de combustível do ATR gera custos e emissões mais baixos e o torna a aeronave ideal para mercados regionais. O ATR 72-600 é a aeronave de referência no mercado regional com economia imbatível. Os custos operacionais em jatos regionais concorrentes são pelo menos 45% maiores", diz o site do fabricante.

O modelo conta com diferentes tamanhos, com capacidades que variam de 44 a 78 assentos. Com 27,17 metros de comprimento e 27,05 de envergadura (distância de uma ponta da asa à outra), essa aeronave pode transportar até 7,4 toneladas.

De acordo com a empresa, mais de 1600 aviões deste modelo já foram comercializados, em mais de cem países, tendo passado por mais de 1300 aeroportos e passando a viajar para mais de 150 novos destinos anualmente. A prefeitura de Valinhos, cidade vizinha a Vinhedo, disse que não houve sobreviventes da queda do avião da Voepass.

O caso ocorre em um contexto em que desastres com pequenas aeronaves têm se tornado mais frequentes no Brasil. Em 2023, o número de acidentes aéreos no ano passado foi o maior desde 2018, segundo o Cenipa.

Em nota, a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, informou a ocorrência de um acidente envolvendo o voo 2283- avião PS - VPB. A aeronave decolou com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo.

A empresa informou que está prestando apoio aos envolvidos. Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente.

Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, a queda ocorreu às 13h25 na Rua Edueta, na altura do número 2.500. O local é próximo da rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324). Sete equipes estão empenhadas no resgate.

Hospitais de Vinhedo e Valinhos (SP) estão sendo mobilizados para receber possíveis feridos. O Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Militar estão atendendo a ocorrência no local.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que investigadores do órgão e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), divisão regional do Centro, "estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência".

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoNepalEstado de São Paulo

Mais de Brasil

Acidente de ônibus deixa 32 mortos em Minas Gerais

Rodovia de acidente que deixou 22 mortos em Minas Gerais é a mais fatal no país

Verão começa hoje e previsão é de menos chuvas na maior parte do país

Mais de 300 mil imóveis seguem sem luz em São Paulo 12 horas após temporal