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Aeronautas podem parar em dezembro por demissões na Webjet

O sindicato, que representa pilotos e comissário de bordo, também reclama que as empresas aéreas não querem conceder reajuste à categoria

Balcão da Webjet (Agência Brasil)

Balcão da Webjet (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2012 às 22h55.

São Paulo – Os aeronautas podem entrar em greve em dezembro, informou hoje (23) o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Gelson Fochesato. Além de ser surpreendido pela extinção da Webjet, anunciada nesta sexta-feira, o sindicato, que representa pilotos e comissário de bordo, reclama que as empresas aéreas não querem conceder reajuste à categoria.

“Vamos vai fazer greve, se for preciso, se a coisa continuar desse jeito", disse Fochesato. Sem reajuste e com demissões em massa, a categoria terá de tomar uma atitude. "E, se tivermos que fazer [greve], faremos antes do Natal”, disse Fochesato, em entrevista coletiva sobre o fim da Webjet, que resultará em 850 demissões.

Apesar da ameaça de paralisação, Fochesato afastou a possibilidade de greve no período das festas de fim de ano. “O sindicato não vai fazer greve no Natal, nem no Ano-Novo. Isso eu garanto à sociedade brasileira. Mas talvez a aviação pare bem antes do Natal”, admitiu. “As empresas aéreas estão sufocando os trabalhadores do setor. Vamos dar um basta nisso.”


Fochesato diz que falta de transparência no processo de fusão entre a Gol e Webjet, autorizado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no dia 10 de outubro. A operação resultou no encerramento das atividades da Webjet. “Não foi um processo transparente, tranquilo, de negociação. Foi na madrugada que eles fizeram isso”, reclamou o sindicalista. Para ele, nunca houve intenção de fazer fusão. "Simplesmente assumiram os slots [autorizações de horário para pouso e decolagem em determinado aeroporto] da Webjet e demitiram todos os funcionários.”

O sindicalista teme que a diminuição do número de empresas no setor resulte em aumento no preço das passagens. “Quando ficarem somente duas empresas, elas vão impor o preço que bem entenderem”, disse. Para ele, o Cade deveria ter tido uma atuação mais firme no caso. “O responsável é o Cade, que nunca atuou para evitar esse tipo de coisa.”

De acordo com Fochesato, o SNA está em negociação com o Ministério do Trabalho e espera encontrar uma maneira de rever ter as demissões. Na próxima terça-feira (27), o sindicato participará de audiência no Senado.

No site da Webjet, a Gol informa que dará continuidade aos serviços de transporte aéreo e assistência a todos os clientes da empresa extinta. O atendimento aos clientes passará a ser feito nos balcões da Gol.

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