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Aécio propõe solução "café com leite" para tucanos

Para o senador, o ideal é disputar a Presidência tendo o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira como vice e o ex-governador José Serra como candidato ao Senado


	Aécio Neves: o termo "café com leite" é associado à República Velha, quando São Paulo e Minas Gerais faziam um rodízio na indicação do candidato
 (Pedro França/Agência Senado)

Aécio Neves: o termo "café com leite" é associado à República Velha, quando São Paulo e Minas Gerais faziam um rodízio na indicação do candidato (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 08h30.

Brasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem uma chapa puro-sangue e "café com leite" para a sua candidatura a presidente da República em 2014. Durante almoço com senadores do PTB, PR, PRB e PSC, ele afirmou que o ideal é disputar a eleição tendo o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) na vice e o ex-governador e correligionário José Serra como candidato a senador.

Ligado a Serra, a entrada de Aloysio teria o potencial de tirar o ex-governador da disputa interna e garantir ao PSDB cerca de 2 milhões de votos à frente da petista Dilma Rousseff em São Paulo, revelou Aécio, segundo relato de senadores que participaram do almoço no gabinete do líder do PTB, Gim Argello (DF).

O termo "café com leite" é associado à República Velha (1889/1930), quando São Paulo e Minas Gerais, os dois Estados mais poderosos da Federação na época, faziam um rodízio na indicação do candidato a ser apoiado nas eleições para a Presidência.

Nas contas de Aécio, com os 2 milhões de frente em São Paulo e mais 3 milhões em Minas, Estado que governou por dois mandatos e onde possui alta popularidade, o PSDB teria boas chances de avançar ao 2.º turno.

"É muito importante ter o senador Aloysio na vice", disse o mineiro, ainda conforme relato de senadores. O tucano calculou ainda que terá vantagem sobre Dilma nos Estados da Região Sul.

Os quatro partidos que estiveram à mesa do almoço pertencem a legendas afinadas com a presidente Dilma Rousseff. No encontro, Aécio procurou convencê-los de que podem mudar de aliado sem sustos.

O senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), que participou do almoço, disse que ouviu os argumentos de Aécio com atenção, mas ainda não está convencido das chances do mineiro. "É preciso esperar para ver", disse.


O PSDB decidiu mostrar a Serra que o candidato da legenda é mesmo o senador. Na segunda-feira, Aécio almoçou no Palácio dos Bandeirantes com o governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A candidatura foi reafirmada. Ao mesmo tempo, a bancada do partido na Câmara e os dirigentes nos Estados manifestaram o apoio a Aécio. À noite, o mineiro conversou com Serra.

"Nos interessava dar o recado a Serra de que o candidato é Aécio Neves. Isso foi feito", disse ao Estado o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), ex-líder do partido na Câmara. "Não há mais dúvida nenhuma. O candidato já foi definido."

Com a garantia de que, à exceção de Serra, o restante do partido já o apoia, Aécio decidiu não endossar a iniciativa da bancada federal de antecipar o lançamento da candidatura. O acordo com Serra é que a definição ocorra apenas em março de 2014.

"Um mês a mais, um mês a menos, isso não importa. Importa é a unidade do partido", afirmou Aécio, que fez uma série de agrados a Serra e classificou como "legítimas" as viagens do ex-governador paulista pelo País.

"Deixem o Serra trabalhar em paz. Na campanha eleitoral, quando você olhar para um, você vai enxergar o outro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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