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Aécio está mais forte, mas ainda não é o líder da oposição

Para especialistas ouvidos por EXAME.com, apesar do desempenho na campanha, Aécio ainda terá que provar seu potencial como liderança da oposição no Congresso

Senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante discurso no Plenário do Senado Federal (Geraldo Magela/Agência Senado)

Senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante discurso no Plenário do Senado Federal (Geraldo Magela/Agência Senado)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 18h07.

São Paulo – A tribuna do Senado Federal nesta quarta-feira ganhou contornos de palanque eleitoral para Aécio Neves (PSDB), candidato à presidência derrotado por Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. O senador não poupou críticas à presidente reeleita e, em alguns momentos, arrancou aplausos de uma parte considerável dos parlamentares.

“Nossa travessia não terminou, não vamos nos dispersar”, disse o ex-governador de Minas Gerais repetindo um mote da campanha. O tom do discurso não é gratuito e pode ser uma sinalização do papel que Aécio quer assumir daqui para frente.

Por ora, ele tem um trunfo nas mãos. Com cerca de 3,4 milhões de votos a menos que os conquistados por Dilma, o senador é o tucano que mais assustou os adversários petistas durante uma campanha eleitoral desde o fim do governo de Fernando Henrique Cardoso. Veja alguns gráficos que mostram isso

“Aécio se viabilizou como o principal líder das oposições no país. Não há dúvida de que ele sai das eleições maior do que entrou”, afirma Wagner Romão, professor do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp).

No entanto, o papel de líder da oposição no Congresso ainda não está garantido para o ex-presidenciável. “Ele vai ter que ir atrás dessa liderança e construí-la. Ela não é dada”, afirma José Augusto Guilhon de Albuquerque, fundador do Departamento de Ciência Política e o Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).

Afinal, a partir de 2015, “o PSDB vai ter uma bancada no Senado de grandes caciques, gente que tem tanta ou mais experiência do que Aécio”, diz o professor.

Na reunião da Executiva Nacional do partido que aconteceu na tarde de hoje, pelo menos três futuros colegas de bancada não apareceram – José Serra, eleito senador por São Paulo é um deles. O governador reeleito de São Paulo Geraldo Alckmin, uma das apostas para a corrida presidencial em 2018, também não compareceu. “Essa é uma resistência clara”, analisa o professor. 

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