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Aécio e Cardozo batem boca sobre segurança pública

Cardozo rebateu uma crítica do tucano, que na semana passada disse que o governo federal é omisso na questão


	Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "estou espantado com as críticas de Aécio. Ele é um parlamentar com atuação pífia em segurança", afirmou
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "estou espantado com as críticas de Aécio. Ele é um parlamentar com atuação pífia em segurança", afirmou (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 21h13.

Brasília - Por meio de entrevistas e notas, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o pré-candidato à Presidência, Aécio Neves, do PSDB, bateram boca nesta quinta-feira sobre a segurança pública.

Em um evento em Brasília, Cardozo rebateu uma crítica do tucano, que na semana passada disse que o governo federal é omisso na questão.

"Estou espantado com as críticas de Aécio. Ele é um parlamentar com atuação pífia em segurança", afirmou o ministro.

Logo depois, por meio de uma nota, Aécio disse que era "lamentável" ver um ministro de Estado utilizar a função para atuar como militante.

"As grosserias do ministro, por maiores que sejam, são insuficientes para esconder a realidade do abandono da segurança pública pelo governo federal e revelam a ausência de argumentos de um governo que se especializou em transferir responsabilidades", afirmou o tucano.

"É triste vermos quão desinformado o ministro da Justiça encontra-se, não apenas sobre meu trabalho como senador, mas sobre o do meu partido no Congresso Nacional."

Aécio disse que o ministro omite que o governo federal participa com apenas 13% dos gastos em segurança pública.

"Poderia ter explicado, por exemplo, a pífia execução orçamentária da área e dos fundos de segurança e penitenciário durante seu período como ministro", reagiu. "O Fundo Penitenciário pagou apenas 11% dos recursos nos últimos três anos."

Tanto Cardozo quanto Aécio são criticados por entidades da área de segurança pública. Em Minas Gerais, Aécio sofreu críticas pela política na área durante os oito anos que comandou o Estado. Em março deste ano, o seu sucessor, Antonio Anastasia, antes de deixar o cargo de governador, reconheceu que o problema da segurança pública era o "maior desafio" de Minas Gerais. No ano passado, o número de homicídios aumentou 6,07% em todo o Estado. Em Belo Horizonte, esse índice chegou a 7,38%. Os tucanos mineiros se defendem. Eles observam que Minas Gerais só perde para São Paulo no ranking dos Estados menos violentos do Sudeste.

Por sua vez, Cardozo faz malabarismo para responder perguntas sobre o aumento da criminalidade no País. Em 2012, o número de homicídios no Brasil aumentou 7,6% em relação ao ano anterior, mais que em Minas Gerais e menos que em Belo Horizonte.

O número de brasileiros vítimas de homicídio ultrapassou 50 mil. O ministro também se esforça para explicar problemas de superlotação de presídios, violações de direitos humanos em delegacias e ineficácia de programas federais de capacitação das polícias.

Na onda de protestos de rua em junho e julho do ano passado, o governo federal e os governos estaduais, especialmente os de São Paulo, Minas, governados pelo PSDB, e Rio de Janeiro, pelo PMDB, sofreram duras críticas pelo despreparo das tropas.

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