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Aécio diz que recursos transferidos ao PSDB não eram caixa 2

Em vídeo, o senador diz que Odebrecht não falou em caixa 2 e que isso, por si só, "é motivo de reconhecimento da lisura da campanha"

Aécio Neves: "Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje, em nenhum momento o senhor Benedicto afirma que eu solicitei recurso por caixa 2 ou qualquer outro meio" (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Aécio Neves: "Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje, em nenhum momento o senhor Benedicto afirma que eu solicitei recurso por caixa 2 ou qualquer outro meio" (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2017 às 20h42.

Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), publicou um vídeo nas redes sociais em que afirma que os depoimentos de Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, e de Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não associaram o nome do senador a qualquer prática de caixa 2.

"Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje, em nenhum momento o senhor Benedicto afirma que eu solicitei recurso por caixa 2 ou qualquer outro meio", diz Aécio, em vídeo divulgado nesta sexta-feira, 3.

O senador afirma, também, que o depoimento de Marcelo Odebrecht mencionou transferências de recursos ao PSDB em 2014 feitas "oficialmente, via caixa 1".

O senador diz que Odebrecht não falou em caixa 2 e que isso, por si só, "é motivo de reconhecimento da lisura da campanha".

Aécio Neves disse que "como dirigente partidário, tinha o dever de tentar ajudar dezenas, centenas de candidatos, e sempre da forma correta, da forma legal, da forma lícita".

O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta sexta-feira, 3, que Benedicto Júnior, no depoimento, disse ter repassado, na campanha de 2014, R$ 9 milhões a políticos do PSDB e do PP e ao marqueteiro tucano a pedido do então candidato à Presidência Aécio Neves - presidente nacional da sigla. Segundo Benedicto, a doação foi feita via caixa 2.

Tais depoimentos foram prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta semana, no âmbito da ação contra a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014 - que pode levar à cassação do presidente Temer e à inelegibilidade da ex-presidente petista. Foi o PSDB que propôs a ação. Além de Odebrecht e Benedicto, também já foi ouvido o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

Também nesta sexta-feira, a assessoria jurídica do PSDB enviou uma nota à imprensa, em que critica "versões enganosas divulgadas sobre o conteúdo do depoimento de Benedicto Júnior".

"É lamentável que o pretenso vazamento de conteúdos sigilosos se transforme em tentativa de adulterar as declarações efetivamente prestadas em juízo pelo depoente", diz a nota assinada pelos advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Flavio Henrique Costa Pereira, que representam o PSDB na ação e acompanharam presencialmente os depoimentos colhidos até aqui pelo ministro Herman Benjamin, corregedor-geral da Justiça Eleitoral e relator da ação no TSE.

Depoimentos

A colheita de depoimentos de delatores da Odebrecht, determinada pelo relator Herman Benjamin, continua na próxima semana.

Na segunda-feira (6), às 17h, na sede do TSE, em Brasília, serão ouvidos os ex-diretores de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho e Alexandrino Alencar, bem como Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, que atuava no departamento de propinas da Odebrecht.

Na quarta-feira (8), na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, na capital paulista, prestarão depoimento Luiz Eduardo da Rocha Soares, que também integrava o departamento de propinas da empreiteira, e Beckembauer Rivelino de Alencar Braga, sócio-diretor da Gráfica VTPB, que prestou serviços para a campanha de Dilma e Temer em 2014.

A VTPB foi uma das quatro gráficas em que a Polícia Federal realizou buscas e apreensões no fim de dezembro.

O relatório da PF revelou que "laranjas" foram usados para desvio de recursos que deveriam ter sido destinados para a campanha da chapa Dilma-Temer em 2014.

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