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Aécio diz que morte de Itamar é parecida à perda do pai

O senador disse que Itamar ainda mantinha o bom-humor na última vez que o visitou

Aécio Neves (Nélio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

Aécio Neves (Nélio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h52.

Belo Horizonte - Apesar de internado para tratamento de uma leucemia, o senador Itamar Franco (PPS-MG) ainda se preocupava com o Congresso e, em especial, com o projeto de reforma política em discussão no parlamento. Foi o que afirmou hoje o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que visitou o ex-presidente no hospital e disse que Itamar ainda mantinha o bom humor.

"Ele estava animadíssimo. Perguntando sobre o projeto da reforma política e brincando assim: não deixa atropelarem o regimento, não", relatou o tucano, que reuniu-se com o colega de Senado pouco antes de o estado de saúde de Itamar se agravar.

Aécio afirma que recebeu com "enorme tristeza" a informação sobre a morte do ex-presidente e que, para ele, a notícia representa "duas perdas distintas que se complementam".

"Primeiro, do homem público que representou como poucos a dimensão do que é a vida pública. Poucos foram tão coerentes, tão retos como Itamar", disse. "E trago uma perda muito pessoal. Perdi há poucos meses meu pai e perco agora a figura que de alguma forma ocupava esse espaço", completou.

De acordo com o senador, na mesma visita Itamar também se mostrou esperançoso de deixar o hospital para voltar ao Senado e revelou que o ex-presidente, classificado por Aécio como a "voz de maior credibilidade" na Casa, ainda orientou a atuação dos colegas. "Ele cobrava muito que nós ficássemos rígidos na oposição. A atividade da oposição numa democracia é tão relevante quanto a daqueles que estão no governo", contou o tucano hoje em sua casa na zona sul de Belo Horizonte.

O local é o mesmo onde, durante a campanha eleitoral do ano passado, Aécio reuniu Itamar Franco e o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) para selar uma trégua entre o ex-presidente e o paulista, então da candidatura presidencial tucana. "Nós aqui estamos numa coligação em que há sobretudo lealdade e disciplina", declarou na ocasião Itamar, que até então não mantinha boa relação com Serra.

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