Aécio tem tudo para ser o líder de oposição ao governo de Dilma Rousseff (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h42.
São Paulo - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) avaliou nesta tarde, como um "péssimo exemplo" para o Brasil, o aumento em 8%, em 2011, das compras e contratações de serviços com dispensa ou inexigibilidade de licitação, o que atingiu R$ 13,7 bilhões na administração federal, autarquias e fundações. A edição de hoje do jornal "O Estado de S. Paulo" mostra que, segundo dados mais recentes do Ministério do Planejamento, a assinatura de contratos com empresas escolhidas sem concorrência nos dez primeiros meses do governo Dilma Rousseff atingiu 47,84% do total, quase metade do orçamento dessas despesas, a maior fatia desde 2006.
Em entrevista coletiva, após reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na capital paulista, o senador tucano considerou que, nesse aspecto, o governo federal toma "caminho inverso ao da transparência" pública. "Esse é um aspecto que faz com que o governo federal comece mal", frisou. Ele avaliou ainda como "extremamente abusiva" e "impressionante" a informação de que os gastos feitos sem procedimento licitatório, no primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff, tenham sido 94% maiores do que em 2007. "É o caminho inverso da administração moderna, é o caminho inverso da transparência", criticou.
Ao lado do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, o senador tucano reuniu-se por cerca de uma hora com o governador de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, sede da administração paulista. No encontro, segundo Aécio Neves, foi feita uma avaliação geral do quadro eleitoral nacional, abordando, inclusive, a disputa municipal de São Paulo.
Na saída, o senador tucano minimizou a força do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao pré-candidato do PT, Fernando Haddad, e disse ser "natural" uma aliança entre PSDB e PSD na corrida municipal. "Eu acho que aqui seria uma aliança natural, até porque esse encaminhamento já vem acontecendo ao longo dos últimos anos", disse.
A aposta de lideranças do PSDB é de que, no encontro desta quarta-feira, tenha sido discutido uma estratégia para evitar o recente movimento político do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o qual tem defendido uma dobradinha entre PT e PSD para as eleições deste ano. O presidente nacional do PSDB informou que ainda hoje (18) se reunirá, na capital paulista, com o ex-governador de São Paulo José Serra, nome favorito de Geraldo Alckmin para a disputa municipal de São Paulo.