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Adir Assad é um grande lavador de dinheiro do crime, diz PF

Assad foi denunciado na Lava Jato e, em setembro do ano passado, pegou nove anos e dez meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro


	Preso: Assad foi denunciado na Lava Jato e, em setembro do ano passado, pegou nove anos e dez meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro
 (Fernando Frazão/Agência Brasil/Agência Brasil)

Preso: Assad foi denunciado na Lava Jato e, em setembro do ano passado, pegou nove anos e dez meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro (Fernando Frazão/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2016 às 12h38.

São Paulo - As investigações dos escândalos na Petrobras, na Eletronuclear e das obras da construtora Delta, sobretudo no Rio, esbarraram em um personagem comum envolvido em operações milionárias de lavagem de dinheiro: o empresário e lobista Adir Assad, que foi alvo de três mandados de prisão preventiva em apenas um ano e três meses.

A mais recente foi decretada na operação Pripyat, deflagrada nesta quarta-feira, 6, para apurar suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes nos contratos das obras da usina nuclear de Angra 3.

O empresário era conhecido pela promoção de shows e eventos no Brasil sendo responsável por trazer a banda U2 e as cantoras Amy Winehouse e Beyonce para exibições no país.

Com uma vasta rede de empresas de fachada e laranjas, porém, ele acabou ganhando destaque nas páginas policiais e foi preso pela primeira vez em março de 2015 por ordem do juiz Sérgio Moro, sob suspeita de utilizar suas empresas para lavar dinheiro da propina no esquema de corrupção na Petrobras.

Assad foi denunciado na Lava Jato e, em setembro do ano passado, pegou nove anos e dez meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Neste caso, a Lava Jato aponta que as empresas do grupo de Assad, várias delas em nome de laranjas e sócios do lobista, teriam lavado ao menos R$ 38 milhões da propina destinada a funcionários Diretoria de Serviços da Petrobras, cota do PT no esquema.

Em dezembro de 2015 ele foi beneficiado por um habeas corpus que conseguiu no Supremo Tribunal Federal e passou para o regime de prisão domiciliar.

Seis meses depois, no dia 30 de junho deste ano, foi preso novamente, desta vez por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, que autorizou a Operação Saqueador.

Assim como no esquema na Petrobras, Assad é acusado de utilizar firmas de fachada para lavar dinheiro, desta vez da construtora Delta.

A Procuradoria da República no Rio aponta que de 2007 a 2012 teriam sido lavados R$ 370 milhões da construtora envolta em polêmicas.

Desta quantia, R$ 271 milhões passaram pelas contas de 13 empresas do grupo liderado por Assad, algumas inclusive utilizadas também no esquema na Petrobras.

No dia seguinte a sua prisão, Assad e outros 22 acusados de terem participado do esquema da Delta se tornaram réus na Justiça Federal no Rio.

No messo dia, o desembargador Ivan Athié acatou um recurso das defesas e determinou a soltura dos investigados. Devido a falta de tornozeleiras eletrônicas no Estado do Rio, porém, eles acabaram tendo que continuar detidos na prisão.

Foi nesta condição que Assad foi preso novamente nesta quarta-feira, 6, também por ordem do juiz Marcelo Bretas, desta vez na operação Pripyat, que aponta que as empresas ligadas ao lobista receberam ao menos R$ 168 milhões da Andrade Gutierrez, cujos executivos fizeram delação premiada e admitiram o pagamento de propinas nas obras da usina de Angra 3.

A força-tarefa da Operação Pripyat confere ao lobista papel decisivo no esquema de propinas nas obras de Angra 3. Ele seria "o grande produtor de caixa 2 para as empreiteiras."

Defesa

O advogado de Assad, Miguel Pereira Neto, defendeu, em nota, seu cliente. "A defesa adotará todas as medidas cabíveis para revogação da prisão decretada. Os fatos datam de 2007 a 2012 e nenhum fato concreto novo ocorreu até hoje, inexistindo motivos para a preventiva.

O Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus concedido ao acusado Adir Assad no final do ano, entendeu substituir o regime fechado por domiciliar e outras restrições, sendo excessiva, desnecessária e inútil ao andamento do processo essa nova medida extrema", diz o texto.

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