Adelio Bispo de Oliveira ainda pode embaralhar as eleições?
Uma possível frente de novidades gira em torno dos desdobramentos do ataque a Bolsonaro. Autor da facada dará duas entrevistas na quinta
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2018 às 06h23.
Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 15h10.
Numa eleição em que o líder nas intenções de voto, Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado, não se pode dizer que faltam eventos inesperados. Ainda assim, a reta final de campanha parece transcorrer sem grandes sustos, destinando as vagas no segundo turno a Bolsonaro e ao petista Fernando Haddad , líderes com 28% e 22% das intenções de voto, segundo o Ibope de ontem. Será mesmo? Ou algum fato novo pode voltar a embaralhar a disputa?
Uma possível frente de novidades gira em torno dos desdobramentos do ataque a Bolsonaro. Ontem, foi revelado que Adelio Bispo de Oliveira, o autor do ataque a Bolsonaro, dará duas entrevistas na quinta-feira, para a revista VEJA e para o SBT. Ele falará de dentro do presídio federal de Campo Grande e há grande expectativa sobre o que pode vir a dizer a 10 dias do primeiro turno das eleições presidenciais. A autorização das entrevistas foi criticada ontem, pelo PT, que cobra autorização para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também receba jornalistas mesmo estando preso.
Em entrevista concedida ontem à rádio Jovem Pan Bolsonaro sugeriu que a Polícia Federal pode estar agindo para abafar o caso, e que o delegado que conduz as apurações age como “defesa do criminoso”. “Acredito que o Adelio não agiu sozinho. A tendência natural de um ato como aquele é ser linchado, então ele foi para a missão com a certeza de que não seria linchado, que teria gente ao lado dele”, disse.
A investigação não encontrou indícios de que Adelio Bispo de Oliveira tenha sido contratado por terceiros. No fim de semana, uma das últimas suspeitas foi desfeita, segundo o site O Antagonista. Uma das transações suspeitas no extrato bancário de Adelio era fruto de uma indenização trabalhista.
As apurações sobre o caso têm levado a uma leva constante de insinuações, suspeitas e a todo tipo de fake news. Segundo a Folha de S. Paulo, publicações insinuando que policiais federais teriam sido cúmplices de Adelio levaram a ameaças de eleitores de Bolsonaro.
Outra leva de insinuações levou a candidata a vice na chapa de Haddad, Manuela d’Ávila (PCdoB) a entrar com ação pedindo reforço na segurança. Segundo as fake news, a quebra do sigilo telefônico de Adelio teria mostrado ligações à candidata. Manuela faz campanha ao lado de Haddad nesta terça-feira, em São Paulo onde participar de evento batizado de Primavera das Mulheres.
A Polícia Federal deve concluir o relatório sobre as investigações do ataque a Bolsonaro ainda esta semana.