Brasil

Acusado de receber dinheiro de doleiro está fora do País

E-mails indicam que Clementino de Souza Coelho pediu ao doleiro Alberto Youssef que fizesse depósitos em contas de pelo menos dois familiares


	Brasão da Polícia Federal: Youssef está preso desde o mês passado sob suspeita de comandar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro
 (Polícia Federal/Divulgação)

Brasão da Polícia Federal: Youssef está preso desde o mês passado sob suspeita de comandar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro (Polícia Federal/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 20h36.

Recife - E-mails interceptados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato indicam que o ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) Clementino de Souza Coelho, irmão do ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, pediu ao doleiro Alberto Youssef que fizesse depósitos em contas de pelo menos dois familiares.

O teor das mensagens foi revelado nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. Os e-mails trocados entre Clementino e Youssef, preso desde o mês passado sob suspeita de comandar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, contêm comprovantes de depósitos feitos na conta de João Clementino de Souza Coelho e pedidos de dinheiro em nome de Maria Cristina Navarro de Brito, respectivamente filho e mulher do ex-presidente da Codevasf. Um terceiro destinatário do dinheiro foi identificado como Fábio Leivas pela PF, sem mais detalhes. As mensagens foram trocadas entre o fim de janeiro e o início de fevereiro de 2014.

Clementino deixou o comando da Codevasf em janeiro de 2012, após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que ele e o irmão aproveitaram uma brecha legal para desrespeitar durante um ano um decreto presidencial de 2010 que proíbe o nepotismo na administração.

Bezerra divulgou hoje nota na qual afirma que a nomeação do presidente da Codevasf é "atribuição da Presidência da República" e que Clementino só ficou um ano como interino no cargo em função da "demora" do Palácio do Planalto em fazer a escolha definitiva para o posto. O ex-ministro foi titular da Integração Nacional de janeiro de 2011 a setembro de 2013, quando o PSB do pré-candidato a presidente Eduardo Campos rompeu com o governo Dilma Rousseff.

Bezerra não comentou na nota o pedido de dinheiro que seu irmão teria feito ao doleiro preso na Lava Jato. Clementino está fora do Brasil, em viagem com a família. Contratado pelo ex-presidente da Codevasf, o advogado Pierpaolo Bottini disse que só vai se pronunciar depois de ter acesso aos autos do processo.

Acompanhe tudo sobre:DoleirosLavagem de dinheiroOperação Lava JatoPolícia Federal

Mais de Brasil

Guarulhos e Galeão têm atrasos causados por efeitos do apagão cibernético global

BNDES anuncia financiamento de R$ 4,5 bi de 32 jatos da Embraer à American Airlines

STF diz que foi afetado por apagão global, mas que principais serviços já foram restabelecidos

Mais na Exame