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Acordo em CPI provoca crise interna no PSDB

Senador Aécio Neves desautorizou a negociação e divulgou uma nota negando que o partido tivesse feito um acerto nesse sentido

CPI mista da Petrobras: parlamentares decidiram que não votariam requerimentos para chamar políticos (Pedro França/Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 19h58.

Brasília - O acordo feito entre PT e PSDB na última quarta-feira para evitar a convocação de políticos na CPI mista da Petrobras gerou uma crise entre os tucanos.

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, desautorizou a negociação e divulgou uma nota nesta quinta-feira negando que o partido tivesse feito um acerto nesse sentido.

"O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras", registrou o texto.

"Lutamos pela instalação da CPMI. Temos de ir a fundo na apuração do chamado 'Petrolão' e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária."

Na sessão de quarta-feira da CPI, parlamentares da base aliada e da oposição decidiram que não votariam requerimentos para chamar para depor políticos que tenham sido citados nas delações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef.

No mesmo dia, Aécio havia feito o seu primeiro discurso no plenário do Senado depois de ter sido derrotado nas eleições, no qual condicionou a abertura do diálogo com a presidente Dilma Rousseff às investigações das denúncias que envolvem a estatal.

O acordo feito na reunião beneficia os dois partidos. Com ele, o PT evita que nomes importantes da sigla, como tesoureiro João Vaccari Neto e a senadora Gleisi Hoffman, sejam chamados a depor.

Já o PSDB impede a convocação de Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro de Youssef e que disse em depoimento na Justiça Federal que o doleiro também trabalhava para os tucanos.

Em entrevista à Rádio Estadão hoje, Aécio afirmou que vai trabalhar para a criação de uma nova CPI mista da Petrobras em 2015, caso a comissão atual encerre suas atividades sem apresentar resultados claros.

O senador também lembrou que o PSDB, do qual é presidente nacional, tem uma "minoria pouco expressiva na CPI mista".

"O governo é que define as oitivas. Eu não participei dessas reuniões. Mas, no que depender de mim, se não for possível chamar (os políticos citados nas delações) ainda este ano, que isso seja feito a partir do início do ano que vem", disse.

Questionado se está preocupado com o fato de a investigação poder atingir também ao seu partido, o senador defendeu que é preciso "investigar todo mundo".

Diante da repercussão do caso, os líderes dos partidos da oposição na Câmara também emitiram nota negando o acordo: "Reafirmamos nossa disposição de ir até o fim em busca de respostas e dos responsáveis pelos desvios, enquanto o interesse do governo é confundir a opinião pública e misturar inocentes com culpados".

O texto é assinado por deputados do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade.

O deputado tucano Carlos Sampaio, que representou o PSDB na reunião de quarta-feira, disse hoje que houve "má fé" por parte do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), que disse que houve um acordo na reunião.

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Brasília - O acordo feito entre PT e PSDB na última quarta-feira para evitar a convocação de políticos na CPI mista da Petrobras gerou uma crise entre os tucanos.

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, desautorizou a negociação e divulgou uma nota nesta quinta-feira negando que o partido tivesse feito um acerto nesse sentido.

"O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras", registrou o texto.

"Lutamos pela instalação da CPMI. Temos de ir a fundo na apuração do chamado 'Petrolão' e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária."

Na sessão de quarta-feira da CPI, parlamentares da base aliada e da oposição decidiram que não votariam requerimentos para chamar para depor políticos que tenham sido citados nas delações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef.

No mesmo dia, Aécio havia feito o seu primeiro discurso no plenário do Senado depois de ter sido derrotado nas eleições, no qual condicionou a abertura do diálogo com a presidente Dilma Rousseff às investigações das denúncias que envolvem a estatal.

O acordo feito na reunião beneficia os dois partidos. Com ele, o PT evita que nomes importantes da sigla, como tesoureiro João Vaccari Neto e a senadora Gleisi Hoffman, sejam chamados a depor.

Já o PSDB impede a convocação de Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro de Youssef e que disse em depoimento na Justiça Federal que o doleiro também trabalhava para os tucanos.

Em entrevista à Rádio Estadão hoje, Aécio afirmou que vai trabalhar para a criação de uma nova CPI mista da Petrobras em 2015, caso a comissão atual encerre suas atividades sem apresentar resultados claros.

O senador também lembrou que o PSDB, do qual é presidente nacional, tem uma "minoria pouco expressiva na CPI mista".

"O governo é que define as oitivas. Eu não participei dessas reuniões. Mas, no que depender de mim, se não for possível chamar (os políticos citados nas delações) ainda este ano, que isso seja feito a partir do início do ano que vem", disse.

Questionado se está preocupado com o fato de a investigação poder atingir também ao seu partido, o senador defendeu que é preciso "investigar todo mundo".

Diante da repercussão do caso, os líderes dos partidos da oposição na Câmara também emitiram nota negando o acordo: "Reafirmamos nossa disposição de ir até o fim em busca de respostas e dos responsáveis pelos desvios, enquanto o interesse do governo é confundir a opinião pública e misturar inocentes com culpados".

O texto é assinado por deputados do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade.

O deputado tucano Carlos Sampaio, que representou o PSDB na reunião de quarta-feira, disse hoje que houve "má fé" por parte do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), que disse que houve um acordo na reunião.

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