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Acidente aéreo em Vinhedo: vítimas morreram de politraumatismo, diz IML

Queda de 4 mil metros matou 62 pessoas no maior desastre aéreo no Brasil desde 2007; causas ainda estão sob investigação

Avião da Voepass despencou 4 mil metros em menos de um minuto. (AFP)

Avião da Voepass despencou 4 mil metros em menos de um minuto. (AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 07h20.

O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo confirmou nesta segunda-feira, 12, que as 62 vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, no interior de São Paulo, morreram em decorrência de politraumatismo. O acidente, que aconteceu na sexta-feira, 9, envolveu um avião da Voepass que despencou de uma altura de aproximadamente 4 mil metros. Entre os mortos estavam 58 passageiros e quatro tripulantes, tornando-se o maior acidente aéreo no Brasil desde 2007. As informações são da TV Globo.

Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML, explicou que todas as vítimas sofreram múltiplas lesões fatais devido ao impacto da queda. As queimaduras que carbonizaram alguns dos corpos ocorreram após a morte causada pelo choque com o solo. O processo de identificação dos corpos ainda está em andamento, e não há um prazo definido para sua conclusão. Para ajudar na identificação, a Polícia Científica do Paraná enviou para São Paulo 31 amostras de DNA e 19 de documentação odontológica.

A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou a aeronave KC-390, um cargueiro, para transportar os corpos das vítimas de São Paulo para o Paraná, estado de origem de muitas das vítimas.

Causas do acidente sob investigação

Ainda não foram determinadas as causas do acidente, mas especialistas sugerem que a queda em espiral indica a possibilidade de um estol, que ocorre quando a aeronave perde sustentação. Uma das hipóteses investigadas é o acúmulo de gelo nas asas, o que poderia ter comprometido a estabilidade do avião. De acordo com informações do g1, o manual do modelo ATR-72-500, utilizado no voo, alerta para o risco de perda de sustentação em condições de gelo severo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já recuperou e analisou o conteúdo das caixas-pretas da aeronave e planeja divulgar um relatório preliminar sobre as causas do acidente em 30 dias.

Como foi o acidente?

O voo da Voepass decolou às 11h56 e transcorreu normalmente até 13h20. A aeronave alcançou uma altitude de 5 mil metros às 12h23 e manteve essa altitude até as 13h21, quando começou a perder altura rapidamente, segundo dados da plataforma Flightradar. Durante essa queda, a aeronave fez uma curva brusca e, a partir das 13h21, não respondeu mais às comunicações do Controle de Aproximação de São Paulo. Em um minuto, a altitude caiu para 1.250 metros, uma perda de cerca de 4 mil metros, com uma velocidade de queda de aproximadamente 440 km/h.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) acionou o serviço de busca e salvamento (Salvaero) às 13h26, que encontrou os destroços da aeronave em um condomínio em Vinhedo.

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