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ABL já propõe mudanças e ampliação do acordo

Uma das alterações diz respeito à divisão de palavras compostas em duas linhas diferentes do texto, se ela tiver hífen

Caneta sobre testamento: Bechara também defende que o acordo elimine as exceções às regras (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 14h40.

Rio de Janeiro – As novas regras ortográficas da língua portuguesa ainda não entraram plenamente em vigor, mas a Academia Brasileira de Letras (ABL) já tem propostas de mudanças e ampliação no acordo. Segundo o acadêmico Evanildo Bechara, as alterações são “coisa muito pequena” diante da abrangência do acordo ortográfico.

Uma das alterações diz respeito à divisão de palavras compostas em duas linhas diferentes do texto, se ela tiver hífen. Pelo novo acordo, se o primeiro termo da palavra composta ficar em uma linha de texto diferente do segundo termo, o hífen precisa ser escrito no final da primeira linha e repetido no início da segunda linha.

No exemplo do “guarda-chuva”, se “guarda” ficar na primeira linha e “chuva” na linha seguinte, a pessoa deve escrever “guarda-” e depois “-chuva”. Segundo Bechara, a Academia defende que não seja mais obrigatório repetir o hífen na segunda linha. Nesse caso, a palavra seria escrita “guarda-” e depois “chuva”.

“Isso é muito difícil de ser obedecido na prática. A imprensa encontra muita dificuldade para obedecer essa regra. Vamos propor que o hífen que partilha de uma linha para outra não seja repetido”, disse Bechara.

O novo acordo também prevê que o hífen seja suprimido em palavras compostas, cujo primeiro termo se encerre em vogal e o segundo, nas consoantes “r” ou “s”. As palavras são unidas e o “r” ou “s” é duplicado, como é o caso de “contrarregra”.

Mas a ABL propõe que a regra não se aplique a palavras cujo segundo termo seja um nome próprio, caso de “anti-Stalin” ou “anti-Saddam”. Para Bechara, o ideal é que o hífen seja mantido, para que a letra maiúscula do nome próprio seja conservada.


Outra proposta é incluir, no acordo ortográfico, a regra dos porquês. No Brasil, por exemplo, escreve-se “porque” (junto) quando é uma conjunção que dá ideia de causa ou explicação. Mas nas perguntas, por exemplo, se escreve “por que” (separado). De acordo com Bechara, isso não acontece em Portugal , já que lá o “porque” é escrito junto mesmo nas perguntas, salvo algumas exceções.

“Isso viria muito a facilitar a vida de todo mundo. Vamos discutir esse caso, para ver, porque o acordo não é apenas a unificação [da ortografia], mas também a simplificação. Esse “porque” é tratado pelos acordos ortográficos de 1943 [do Brasil] e de 1945 [de Portugal]. Mas a Academia ainda não tem uma posição [de como essa questão seria tratada]. Isso ainda está sendo discutido”, afirmou.

Bechara também defende que o acordo elimine as exceções às regras, uma vez que isso complica, ao invés de simplificar a ortografia. Apesar de desejar propor as mudanças, o acadêmico defende o acordo.

Ele acredita que essas mudanças só devem ser discutidas depois que o acordo estiver plenamente em vigor. Segundo ele, o uso corrente da nova ortografia pode, inclusive, suscitar novas questões e problemas a serem resolvidos.

“É importante que o acordo seja implantado sem demora, para que daqui a um ou dois anos, quando todas as dúvidas e dificuldades aflorarem pelo uso, os governos se reúnam mais uma vez, com ajuda dos técnicos, para que os problemas e os casos omissos apareçam e possam ser, daqui a três, quatro, cinco anos, resolvidos”.

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Rio de Janeiro – As novas regras ortográficas da língua portuguesa ainda não entraram plenamente em vigor, mas a Academia Brasileira de Letras (ABL) já tem propostas de mudanças e ampliação no acordo. Segundo o acadêmico Evanildo Bechara, as alterações são “coisa muito pequena” diante da abrangência do acordo ortográfico.

Uma das alterações diz respeito à divisão de palavras compostas em duas linhas diferentes do texto, se ela tiver hífen. Pelo novo acordo, se o primeiro termo da palavra composta ficar em uma linha de texto diferente do segundo termo, o hífen precisa ser escrito no final da primeira linha e repetido no início da segunda linha.

No exemplo do “guarda-chuva”, se “guarda” ficar na primeira linha e “chuva” na linha seguinte, a pessoa deve escrever “guarda-” e depois “-chuva”. Segundo Bechara, a Academia defende que não seja mais obrigatório repetir o hífen na segunda linha. Nesse caso, a palavra seria escrita “guarda-” e depois “chuva”.

“Isso é muito difícil de ser obedecido na prática. A imprensa encontra muita dificuldade para obedecer essa regra. Vamos propor que o hífen que partilha de uma linha para outra não seja repetido”, disse Bechara.

O novo acordo também prevê que o hífen seja suprimido em palavras compostas, cujo primeiro termo se encerre em vogal e o segundo, nas consoantes “r” ou “s”. As palavras são unidas e o “r” ou “s” é duplicado, como é o caso de “contrarregra”.

Mas a ABL propõe que a regra não se aplique a palavras cujo segundo termo seja um nome próprio, caso de “anti-Stalin” ou “anti-Saddam”. Para Bechara, o ideal é que o hífen seja mantido, para que a letra maiúscula do nome próprio seja conservada.


Outra proposta é incluir, no acordo ortográfico, a regra dos porquês. No Brasil, por exemplo, escreve-se “porque” (junto) quando é uma conjunção que dá ideia de causa ou explicação. Mas nas perguntas, por exemplo, se escreve “por que” (separado). De acordo com Bechara, isso não acontece em Portugal , já que lá o “porque” é escrito junto mesmo nas perguntas, salvo algumas exceções.

“Isso viria muito a facilitar a vida de todo mundo. Vamos discutir esse caso, para ver, porque o acordo não é apenas a unificação [da ortografia], mas também a simplificação. Esse “porque” é tratado pelos acordos ortográficos de 1943 [do Brasil] e de 1945 [de Portugal]. Mas a Academia ainda não tem uma posição [de como essa questão seria tratada]. Isso ainda está sendo discutido”, afirmou.

Bechara também defende que o acordo elimine as exceções às regras, uma vez que isso complica, ao invés de simplificar a ortografia. Apesar de desejar propor as mudanças, o acadêmico defende o acordo.

Ele acredita que essas mudanças só devem ser discutidas depois que o acordo estiver plenamente em vigor. Segundo ele, o uso corrente da nova ortografia pode, inclusive, suscitar novas questões e problemas a serem resolvidos.

“É importante que o acordo seja implantado sem demora, para que daqui a um ou dois anos, quando todas as dúvidas e dificuldades aflorarem pelo uso, os governos se reúnam mais uma vez, com ajuda dos técnicos, para que os problemas e os casos omissos apareçam e possam ser, daqui a três, quatro, cinco anos, resolvidos”.

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