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A Lava-Jato não acabou

Após semanas sem novidade, a Lava-Jato pode ter hoje um de seus mais esperados capítulos. Segundo o jornal O Globo, cerca de 15 funcionários do alto escalão da construtora Odebrecht devem contar aos investigadores seus atos deliberados de corrupção. O delator mais esperado, Marcelo Odebrecht, ainda não fala. Mas seria a começo da mais esperada […]

SERGIO MORO: o juiz sabe que precisará usar de artimanhas, pois o jogo nem sempre será limpo / Heitor Feitosa / Veja.com (Heitor Feitosa/VEJA)

SERGIO MORO: o juiz sabe que precisará usar de artimanhas, pois o jogo nem sempre será limpo / Heitor Feitosa / Veja.com (Heitor Feitosa/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 06h04.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h33.

Após semanas sem novidade, a Lava-Jato pode ter hoje um de seus mais esperados capítulos. Segundo o jornal O Globo, cerca de 15 funcionários do alto escalão da construtora Odebrecht devem contar aos investigadores seus atos deliberados de corrupção. O delator mais esperado, Marcelo Odebrecht, ainda não fala. Mas seria a começo da mais esperada leva de delações do ano.

A notícia surge como um lembrete. Em tese, faltam diversas delações importantes, todas elas com potencial de implicar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada Dilma Rousseff. Uma delas é do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, muito próximo ao ex-presidente Lula. Há ainda João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras.

Outro acordo com potencial explosivo é o do publicitário João Santana e de Mônica Moura, sua esposa, que podem jogar luzes sobre irregularidades nas campanhas de 2010 e 2014 de Dilma – e, por consequência, do presidente interino Michel Temer. No limite, cogita-se que até que o deputado Eduardo Cunha delate – e atinja o PMDB.

Várias narrativas seguem sendo investigadas, como a dos executivos da Andrade Gutierrez, que permanecem em sigilo. Muitas dessas revelações atingem políticos com foro privilegiado, que são investigados pelo Supremo. Em Brasília, o ritmo das apurações é mais lento. Em Curitiba, o juiz Sergio Moro pretendia encerrar sua participação no final deste ano. O problema é que ainda restam 16 ações a serem julgadas, fora novas denúncias do Ministério Público.

Ontem, o MP pediu que o ex-senador Delcídio do Amaral volte à prisão por descumprir as determinações da Justiça. Há muita Lava-Jato pela frente.

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