GREVE DE BANCÁRIOS EM 2016: nesta sexta-feira mobilização de centrais sindicais deve chegar a todos os estados / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2017 às 18h53.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h21.
A quinta-feira foi de negociações para organizar e responder à greve geral que deve parar centenas de atividades Brasil afora nesta sexta-feira. As centrais sindicais convocaram todos os trabalhadores a não sair de casa, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Segundo os sindicatos, há paralisações previstas para ao menos 60 cidades de todos os estados do país, parando transporte público, aeroportos, bancos, escolas, universidades e outros serviços.
Em São Paulo, o governo do estado conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a paralisação das linhas do metrô e da CPTM durante a sexta-feira. Segundo nota da Secretaria dos Transportes Metropolitano, o pedido de liminar visa “garantir o direito de locomoção dos cidadãos”. O descumprimento da decisão, segundo o governo, acarretará em multa no valor de 937.000 reais para cada sindicato. O prefeito da capital, João Doria, afirmou que vai cortar o ponto dos grevistas.
As companhias aéreas Gol e Latam estão permitindo que seus passageiros remarquem os bilhetes gratuitamente. Os aplicativos de transporte viram na paralisação uma chance de fazer marketing. A 99 vai oferecer duas corridas no valor de até 20 reais em todo o Brasil para quem pagar pelo aplicativo. O Uber vai dar o mesmo benefício nos carros compartilhados em horário de pico.
Governo e investidores também estão atentos aos protestos. Além do tamanho das manifestações, deve pesar, sobretudo, a composição dos participantes. Manifestações contra o governo compostas apenas de sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda não preocupariam, dado que são grupos já sabidamente contra as reformas. Se outros setores engrossarem o coro, a preocupação aumentará no governo e, por consequência, entre os investidores. Qualquer indicação de risco na aprovação da Previdência vai fazer a bolsa cair — nesta quinta-feira, o recuo foi de 0,29%.
Para Rafael Cortez, analista da Tendências Consultoria, dificilmente os protestos vão impedir o governo de continuar com as reformas, dado que Temer já trabalha com popularidade muito baixa. Porém, ele considera provável que o impacto das greves e manifestações faça o governo acelerar o passo para aprovar as reformas quanto antes.
(Com Bloomberg)