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À espera de denúncia da PGR, Maia receberá Temer na base aérea

A previsão é que a comitiva presidencial chegue por volta das 2h30 da madrugada deste sábado.

Maia e Temer: ambos têm um assunto para tratar - a esperada denúncia contra o presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)

Maia e Temer: ambos têm um assunto para tratar - a esperada denúncia contra o presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2017 às 19h53.

Brasília - O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, receberá o presidente Michel Temer na base área em seu retorno para o Brasil, depois de cinco dias fora do país.

A previsão é que a comitiva presidencial chegue por volta das 2h30 da madrugada deste sábado.

Maia pretendia ir ao Rio de Janeiro no início desta tarde, mas acabou ficando em Brasília, em despachos internos no Planalto.

Além da transmissão de cargo, Maia e Temer têm pelo menos um assunto para tratar: a esperada denúncia contra o presidente, que deve ser apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Há ainda a expectativa em torno do laudo da Polícia Federal que seria encaminhado ainda nesta sexta-feira ao ministro Edson Fachin, do STF, com a conclusão do inquérito que investiga o presidente Michel Temer.

Conforme antecipou ontem, 22, a Coluna do Estadão, os peritos finalizaram hoje o laudo da análise das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista da conversa que teve com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu.

O diálogo foi entregue por Joesley como prova do que disse em delação premiada. Ele acusou o presidente de receber propina da JBS, da qual é sócio.

Base

Em meio à sua defesa, na volta ao Brasil, Temer precisa fazer um novo esforço para rearticular a base aliada. Na Câmara, o presidente tem que assegurar os 172 votos necessários para derrubar as denúncias contra ele.

Apesar de fontes do Planalto mostrarem otimismo com os votos, há quem reconheça que o clima político é incerto e na Câmara "nada é tranquilo".

Já no Senado, Temer terá que fazer um esforço para garantir que a reforma trabalhista - que esta semana registrou um revés da Comissão Assuntos Sociais (CAS) - avance.

E, além disso, precisa conversar com os tucanos, já que há uma ala de fiéis que pedem punição ao partido, que teve um voto contrário à reforma.

A crise entre o governo e o PSDB, entretanto, é mais delicada e interlocutores avisaram que qualquer decisão de retaliação aos tucanos só seria definida no retorno de Temer ao Brasil.

Agenda

No domingo, o presidente deve reunir seus ministros e aliados mais próximos para traçar uma estratégia do início da semana. Os ministros que passaram a semana no Brasil, como Moreira Franco (Secretaria-geral da presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), que foram passar o fim de semana no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, respectivamente, retornarão para Brasília no domingo.

Na segunda-feira, Temer segue tentando dar ares de normalidade e já agendou para as 11h uma cerimônia de Sanção da Lei que Regulamenta a Diferenciação de Preço.

Na parte da tarde, haverá também no Planalto uma cerimônia de Apresentação de Cartas Credenciais ao Presidente da República.

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