A escalada da violência no Rio de Janeiro em 4 gráficos
Um ano depois das Olimpíadas, Rio registra o pior índice de homicídios desde 2009 e precisa de apoio federal para garantir a segurança pública
Valéria Bretas
Publicado em 5 de agosto de 2017 às 06h00.
Última atualização em 5 de agosto de 2017 às 06h00.
São Paulo - Quando o Rio de Janeiro foi escolhido como sede para os Jogos Olímpicos de 2016, os organizadores pareciam muito confiantes sobre os legados que seriam deixados para o estado. Neste sábado (5), exatamente um ano depois do início do evento, a sensação é de que a expectativa não foi alcançada.
Um relatório do Instituto de Segurança Pública (ISP), ligado ao governo do Rio de Janeiro, revela que a insegurança e a violência no estado voltaram a atingir níveis alarmantes. Só no primeiro semestre deste ano, 3.457 mortes violentas foram registradas — esse é o pior resultado para o período desde 2009.
No ano passado, o discurso da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro era de que a aquisição de equipamentos e capacitação para policiais militares, civis e bombeiros ficariam “como herança da Olimpíada para a população”.
Hoje, para dar conta da guerra entre facções de narcotraficantes, tiroteios e roubos, o estado está dependendo do apoio de tropas Forças Armadas , que devem permanecer no Rio até o fim deste ano.
Em entrevista a EXAME.com no ano passado, o professor Newton de Oliveira, um dos responsáveis pela estratégia de segurança dos Jogos Panamericanos do Rio, afirmou que apesar das promessas, a violência urbana ficaria cada vez pior no estado. Segundo ele, a Rio-2016 seria "como um circo que chegou na cidade, fez o espetáculo, foi embora sem deixar legado algum”, disse. ( Veja os melhores trechos da entrevista)
Uma hipótese defendida por especialistas para o aumento da violência é o fracasso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) dentro das comunidades. Mais de 179,6 mil roubos e furtos foram registrados no RJ até junho deste ano – 17% a mais ante ao mesmo período de 2008, ano da implantação das UPPs.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que a política de segurança nunca foi a do confronto. "O Secretário Roberto Sá mantém interlocução permanente com os comandos das polícias Militar e Civil orientando-os na busca incessante de medidas que impactem na redução dos indicadores de violência, principalmente o de letalidade violenta", diz o texto enviado a EXAME.com.
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