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A disparada do consumo de energia

O crescimento do país e o aumento de renda da população brasileira criam uma pressão enorme pelo incremento da capacidade de geração

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h30.

O consumo de eletricidade no Brasil deve se aproximar de 1 200 terawatts-hora (TWh) em 2030. Essa quantidade -- mais de três vezes superior ao total utilizado atualmente -- deve ser atingida graças a um crescimento anual médio previsto de 4% no uso de eletricidade. No segmento residencial, o aumento do consumo é conseqüência do crescimento da população, que deve passar dos atuais 188 milhões de habitantes para 243 milhões, e da universalização do serviço. Outro motivo é a melhora da renda da população. A expectativa do governo é que a conclusão do Programa Luz para Todos, em 2008, permita a oferta de eletricidade em todas as residências da zona rural do país.

O aumento médio do consumo de eletricidade está relacionado à busca de um melhor padrão de vida pelos brasileiros. O resultado é a inclusão de uma quantidade maior de eletrodomésticos nas residências. Esse fenômeno pode ser observado nas lojas. Graças à queda das taxas de juro e à elevação da renda, a comercialização de eletroeletrônicos cresceu 8,5% em 2006 em relação ao ano anterior. Com isso, os níveis de consumo de eletricidade per capita devem continuar evoluindo em ritmo semelhante ao registrado nas últimas décadas. Nas residências, o consumo por pessoa entre 1970 e 2005 subiu de 90 quilowatts-hora (kWh) para 452 kWh por ano. A previsão é que, até 2030, o consumo per capita atinja 1 200 kWh. Essa média ainda é inferior à registrada hoje em países desenvolvidos. Mesmo assim, vai obrigar a realização de investimentos pesados em novas usinas para evitar o risco de um apagão energético.

Nos próximos dez anos, a estimativa é que serão investidos 134 bilhões de reais em novas usinas. Os maiores empreendimentos deverão ser implantados na Região Norte, como as usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira. Devido à distância entre essas usinas e os centros consumidores no Sul do país, os custos de transmissão tendem a ser crescentes. Ou seja, a conta de eletricidade vai pesar cada vez mais no orçamento das famílias brasileiras, o que deverá se refletir no aumento dos índices de inadimplência. A expectativa é que esse quadro, somado à maior preocupação da sociedade com as questões ambientais, promova uma busca mais acelerada da eficiência energética. A indústria deve colaborar por meio do lançamento de equipamentos cada vez mais eficientes. Outra possibilidade é que o aumento da oferta de gás natural no país permita uma inclusão mais intensa desse combustível como substituto da eletricidade para produzir calor, garantindo um aumento da eficiência global nos usos da energia. Além disso, o governo estuda a implantação de leilões de eficiência energética, nos quais projetos de conservação de energia concorreriam com novas usinas. As perspectivas são que esse tipo de medida permitirá uma economia da ordem de 10% no consumo de eletricidade previsto para 2030.

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