9 dos 12 Estados com 2º turno vão ter disputa entre aliados do PT
Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Sergipe e Santa Catarina têm candidatos aos governos locais com apoios claros ou indiretos dos dois postulantes à Presidência. Em Mato Grosso do Sul e Rondônia, os candidatos disputam o apoio de Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de outubro de 2022 às 08h53.
Nove Estados, dos 12 que vão ter segundo turno das eleições hoje, repetem a disputa ao Palácio do Planalto entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Sergipe e Santa Catarina têm candidatos aos governos locais com apoios claros ou indiretos dos dois postulantes à Presidência. Em Mato Grosso do Sul e Rondônia, os candidatos disputam o apoio de Bolsonaro.
ALAGOAS. Em Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB), apoiado por Lula, tenta a reeleição, enfrentando o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), aliado do presidente Jair Bolsonaro. Como pano de fundo, há ainda outra disputa: a dos Calheiros, que estão com Dantas, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), que apoia o senador. No primeiro turno, Dantas teve 46,64% dos votos (708.984) e Cunha, 26,79% (223.585).
Neste segundo turno, Dantas foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) em razão de uma investigação de apropriação dos salários de assessores fantasmas quando ainda era deputado. Ele foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi reconduzido após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
AMAZONAS. No Amazonas, o governador Wilson Lima (União Brasil), apoiado pelo presidente, tenta a reeleição contra o senador Eduardo Braga (MDB), que tem o apoio do petista.
Lima se elegeu pelo PSC em 2018 ao ganhar notoriedade com um programa na TV local, o Alô Amazonas. Em setembro do ano passado tornou-se réu no Superior Tribunal de Justiça por supostos crimes praticados no enfrentamento da pandemia. O senador Eduardo Braga foi prefeito de Manaus e ministro de Minas e Energia. Em seu mandato no Senado, Braga tem se colocado como oposição a Bolsonaro. No primeiro turno, Lima obteve 42,82% dos votos (818.784 votos) e Braga, 20,99% (401.817).
ESPÍRITO SANTO. O governador Renato Casagrande (PSB) tenta a reeleição com o apoio de Lula. Ele enfrenta o bolsonarista Carlos Manato (PL). Apesar de seu partido estar na aliança do ex-presidente Lula, o voto “CasaNaro” foi o grande tema no período que antecedeu a segunda rodada. Logo após a definição de quem concorreria, passou a circular na internet um vídeo e uma imagem que sugeria “voto casado” no capixaba e no presidente.
O governador disse que o material não era oficial. “Trata-se de uma manifestação espontânea de aliados. O meu candidato é Lula”, disse ao Estadão no começo do mês. No primeiro turno, Casagrande obteve 46,94% (976.652) e Manato, 38,48% (800.598).
PARAÍBA. João Azevêdo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) disputam o governo da Paraíba. Azevêdo disputa à reeleição e obteve no primeiro turno 39,51% dos votos (838.746). Já Cunha Lima terminou com 23,92% (508.032).
O atual governador integra o partido da chapa presidencial de Lula e Geraldo Alckmin (PSB) e recebeu o apoio formal do ex-presidente. Já Cunha Lima integra a ala bolsonarista do PSDB e tem apoio do presidente na disputa.
SANTA CATARINA. O senador bolsonarista Jorginho Mello (PL) disputa o segundo turno contra o petista Décio Lima. O governador Carlos Moisés (Republicanos) ficou de fora, após disputa voto a voto com Lima.
Integrante da tropa de choque do governo durante a CPI da Pandemia, Mello pautou sua campanha com bandeiras como a família e a política armamentista do governo federal. Lima é liderança histórica do PT e um dos fundadores do partido no Estado. Foi eleito pela primeira vez em 1992, como vereador em Blumenau, onde foi prefeito por duas gestões.
PERNAMBUCO. Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (PSB) estão na disputa neste segundo turno pelo Palácio do Campo das Princesas. Quem for eleita será a primeira mulher a governar o Estado.
A eleição deste ano marca o fim do protagonismo do PSB no Estado - Danilo Cabral, que integrava uma chapa com nove partidos (PSB, PT, PC do B, MDB, Republicanos, PDT, PP, PV, PROS) ficou em quarto lugar com 18,06% dos votos.
Desde o primeiro turno, Marília tentou colar seu nome ao do ex-presidente Lula. Ela, que já foi do PT, foi preterida na disputa por Cabral. Se filiou ao Solidariedade, mas manteve uma base forte de petistas ao seu lado. Terminou o primeiro turno com 23,97% dos votos (1.175.651), seguida de Raquel, que obteve 20,58% (1.009.556).
Apesar de Raquel tentar evitar colar seu nome ao de Bolsonaro, aliados dizem que os votos de Anderson Ferreira (PL) devem migrar para ela.
SÃO PAULO. Dois ex-ministros, um de Lula e outro de Bolsonaro, disputam o governo paulista. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) também repetem em São Paulo a forte divisão entre os candidatos à Presidência.
Haddad terminou o primeiro turno com 35,7% (8.337.139) dos votos válidos, atrás de Tarcísio de Freitas com 42,3% (9.881.995), contrariando o que indicavam todas as principais pesquisas. Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio conseguiu o apoio do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), que terminou o primeiro turno em terceiro lugar. Haddad, ex-ministro de Lula, explorou neste segundo turno a ideia de que Tarcísio não conhece São Paulo.
SERGIPE. Uma decisão da Justiça definiu o segundo turno da eleição em Sergipe. Na quinta-feira, dia 29 de setembro, antes do primeiro turno, o Supremo Tribunal Federal (STF) indeferiu a candidatura de Valmir de Francisquinho (PL), que liderava as pesquisas.
Com a apuração, foram ao segundo turno o senador Rogério Carvalho (PT), que recebeu 44,70% dos votos (338.796), e Fábio Mitidieri (PSD) com 38,91% dos votos (294.936 votos). Carvalho, que já foi deputado federal e é senador desde 2019, colou sua imagem em Lula. Já Fábio não contou com o apoio formal de Bolsonaro, mas deve herdar os votos que iriam para Valmir de Francisquinho.
BAHIA. Após um primeiro turno em que hegemonias de partidos foram superadas, como em Pernambuco e São Paulo, a disputa na Bahia colocará em suspenso a sequência de mandados consecutivos do PT - são quatro até agora. Jerônimo Rodrigues (PT) enfrenta outro grupo que já foi hegemônico no Estado, o carlismo, agora representado por ACM Neto (União Brasil). Em vantagem nas sondagens, Jerônimo não foi aos quatro debates que deveriam ter ocorrido no segundo turno. O embate ficou restrito ao horário eleitoral.
RIO GRANDE DO SUL. Hoje os gaúchos definem, entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), quem será o novo governador, depois de uma campanha muito agressiva, em que os dois candidatos nem se cumprimentavam antes e depois dos debates.
Onyx, ex-ministro de Bolsonaro, tem o apoio do presidente. Já Leite, que se elegeu ao cargo em 2018 colando sua imagem à do presidente, preferiu se manter distante do chefe do Executivo depois de romper com ele durante o mandato. Na última semana, ele recebeu o que o PT chamou de apoio “crítico” do partido. No primeiro turno, Onyx Lorenzoni obteve 37,50% dos votos válidos (2.381.989) e Leite, 26,81% (1.702.761).
RONDÔNIA. Coronel Marcos Rocha (União Brasil) e Marcos Rogério (PL), ambos bolsonaristas, concorrem hoje ao governo de Rondônia. Rocha, que concorre à reeleição, é ex-chefe do centro de inteligência da Polícia Militar do Estado. Já Marcos Rogério era aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Pandemia no ano passado. No primeiro turno Rocha teve 38,88% dos votos (330.656) e Rogério, 37,05% (315.035).
MATO GROSSO DO SUL. Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) disputam o governo em Mato Grosso do Sul. Ambos se colocam como bolsonaristas. Contar teve 26,71% dos votos (384.275) e Riedel, 25,16% (361.981).